Ericsson Brasil terá que pagar R$ 90 mil de indenização a ex funcionário gay

Maximiliano Neves Galvão, 31, deve receber uma indenização da Ericsson Telecomunicações segundo decisão do Ministério do Trabalho, em ação movida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, São Paulo. A 5ª Vara do Trabalho condenou nesta quarta-feira a ré a pagar uma indenização de R$90 mil por danos morais, depois que o funcionário foi vítima de preconceito no ambiente e trabalho até ser demitido.

Segundo Galvão, após ser chamado de “gay”, “viado” e “bicha”, entre outros termos na frente de superiores, os assediadores não foram repreendidos. Ele denunciou ainda que sofreu humilhação e perseguição de seus superiores, o que foi confirmado por testemunhas no caso.

 “Quero muito que essa decisão sirva para que outros percam o medo de enfrentar as empresas e não se calem diante dos abusos. Hoje estou de alma lavada, não pela indenização, mas pelo reconhecimento de tudo o que eu passei”, afirmou o técnico em eletrônica para o G1.

Para a juíza Maria da Graça Bonança Barbosa, a empresa foi negligente. “A questão é que não se pode chamar de “brincadeiras” atos e comportamentos de funcionários, chefes e supervisores, que se divertiam à custa da opção sexual do requerente. O fato narrado demonstra aos olhos desse juízo que a empresa foi negligente em tolerar e mesmo ignorar a situação de constrangimento a que estava exposto o Recte em seu ambiente de trabalho” e ainda: “Todos esses elementos são mais que suficientes, no entender desse juízo, para demonstrar que o Recte foi vítima de assédio moral em razão de sua opção sexual, tanto por parte de funcionários como de superiores hierárquicos, sem que a Recda tomasse qualquer atitude para sanear o ambiente de trabalho”, afirma a sentença. Ainda cabe recurso.

 

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