O maior festival de música da Europa, o Eurovision, terminou nesse domingo de forma espetacular: a travesti Conchita Wurst calou bocas e fez uma impecável apresentação levando o grande prêmio da noite, por “Rise Like a Phoenix”. A música fala de superação e foi cantada lindamente pela alter ego de Tom Neuwirth, 26 anos, estudante de moda. A participação da cantora chegou a sofrer ameaça de boicote pela Rússia mas lá ela foi a terceira mais votada pelo público. Em seu próprio país, a rejeição de sua indicação foi de 79% mas ela arrasou ao subir no palco. Em tempo de intolerância, a vitória é de arrepiar.
Bizarro mas especial. A cantora é linda mas não abre mão de sua barba masculina postiça, marca da personagem. Vestido longo dourado, curvas, voz forte e uma barba grossa que por nenhum motivo lógico deveria estar ali. E é por isso que Conchita é importante, pois quebra nossa mente racional e limitada e nos convida a ver além. A poderosa apresentação não deixa dúvidas de que ela é uma estrela, pronta e que deve estourar mundialmente agora depois do título conquistado na Dinamarca. A Áustria não ganhava o Eurovision desde 66 e está em festa!
Em seu discurso par a imprensa, a diva barbada afirmou que o prêmio é em nome de “um futuro sem discriminação”. “Não foi uma vitória apenas para mim, mas para quem acredita em um futuro sem discriminação, baseado na tolerância e no respeito”, afirmou a vencedora da noite. “Há pessoas mais poderosas e que poderiam fazer mais. Ainda assim, a minha obrigação como artista, com o dom que tenho, é trabalhar nesse sentido”, declarou Conchita. A cantora afirmou ainda que os comentários dos outros não interessam e que ela tem um foco, mudar o mundo e levar um Grammy.
No próximo dia 17 de maio, comemoramos o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia. A data marca a aprovação do texto do CID 10 (Código Internacional de Doenças) que excluiu a homossexualidade da lista de doenças mentais da Organização Mundial da Saúde, em 1990. Um avanço e tanto!
Confira a apresentação vencedora: