Com cartazes bilíngues, uma imensa bandeira do arco-íris de 30m pendurada em um casarão abandonado, onde pairavam dois bonecos enforcados, alusão à execução de homossexuais em países que seguem a Charia, leis islâmicas, um grupo de 50 militantes chamou a atenção no principal ponto de reivindicações da capital curitibana nesta segunda feira. Com pouca adesão mas grande visibilidade, havia até imprensa árabe cobrindo o ato organizado pela Aliança Paranaense LGBT e estudantes. Por alguns minutos foram gritadas palavras de ordem. Impossível quem passava pelo movimentado local não perceber a manifestação. O ato começou por volta das 10h da manhã e seguiu até o início da tarde.
Torcedores iranianos que estavam passando pelo local fizeram questão de dar entrevista e apoio ao movimento, alegando que os habitantes do país não concordam com as leis ou tem culpa por elas. A maioria era de iranianos que já abandonaram seu país por conta das violações contra os direitos humanos que incluem ainda outras leis arcaicas e forte opressão às mulheres. Teve até um beijaço gay entre alguns militantes, o que, claro, chamou atenção mais ainda.
Turistas e moradores da cidade ficavam curiosos e paravam, recebiam informações do que acontecia, e mostravam-se solidários. O protesto ocorreu pacificamente e cumpriu seu papel de chamar atenção a um mundo distante mas que não se difere muito da realidade brasileira, afinal, o Brasil é o país no mundo onde mais homossexuais são assassinados por conta ou em razão de sua sexualidade.