Depois de negar ser gay ou ter ódio de homossexuais, Andrie Ferreira da Silva, de 20 anos, o assassino confesso do jovem João Antônio Donati, 18, em crime ocorrido há duas semanas na região metropolitana de Goiânia, no município de Inhumas afirmou: “Eu só como viado”. O crime que foi alardeado pela imprensa mundial esconde a pior face da homofobia, a homofobia internalizada, aquela em que um homossexual, por medo do preconceito social, passa a mascarar seus desejos e práticas sexuais. Não obstante, passa a rejeitar homossexualidade em sua forma livre, como meio de se auto afirmar na sociedade machista, frequentemente criticando ou lançando piadas contra os gays, os homossexuais assumidos, ou aqueles que externam trejeitos atribuidos aos homossexuais segundo a crença popular machista.
O jovem lavrador assassino não tinha passagem pela polícia e segundo seu depoimento para o delegado Humberto Teófilo de Menezes Neto, da Polícia Civil de Inhumas, ele afirmou que manteve relação sexual com a vítima e se desentendeu com ele depois que o rapaz quis penetrá-lo. O rapaz alegou que havia bebido muito naquela noite e que não estava em sã consciência, e que por “bobeira” cometeu o crime. Os dois se encontraram em uma praça a 400 metros do local onde João foi deixado sem vida e com sacos plásticos na boca. Ao abandonar o local, Andrie teria deixado sua identidade cair, o que facilitou as investigações e sua prisão.
O assassino já foi levado para a penitenciária do estado e será indiciado por homicídio doloso e pode pegar até 30 anos de prisão se considerado o motivo torpe.