Leonardo Boff critica Marina Silva por omissão e recuo na questão LGBT

O ex frei católico catarinense, hoje afastado da Igreja depois de liderar o movimento da Teologia da Libertação, abafado pelo Vaticano nos anos 70 e 80, Leonardo Boff se dedica atualmente sobretudo ao meio ambiente. Ele conehce Marina de suas origens. Teólogo, escritor e professor universitário, um dos expoentes e fundador da Teologia da Libertação. Atualmente dedica-se, sobretudo, às questões ambientais. Ele conhece Marina Silva desde seu início e hoje discorda da visão da ribeirinha que era ligada à Igreja mas hoje se converteu ao evangelismo neo pentecostal. Para o intelectual, Marina peca na fome pessoal de chegar ao poder. Boff falou com o Viomundo que não apóia mais Marina e opinou sobre a candidata com propriedade.
 
“Está ficando cada vez mais claro que Marina tem um projeto pessoal de ser presidente, custe o que custar. Numa ocasião, ela chegou a declarar que um dos objetivos desta eleição é tirar o PT do poder, o que faz supor mágoas não digeridas contra o PT que ajudou a fundar. O Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus à qual Marina pertence, é o seu Papa. O Papa falou, ela, fundamentalisticamente obedece, pois vê nisso a vontade de Deus. E, aí, muda de opinião. Creio que não o faz por oportunismo político, mas por obediência à autoridade religiosa, o que acho, no regime democrático, injustificável. Um presidente deve obediência à Constituição e ao povo que a elegeu e não a uma autoridade exterior à sociedade”, afirmou o ex frei.

“Um fundamentalista é um dos atores políticos menos indicado para exercer o cargo da responsabilidade de um presidente. Este deve tomar decisões dentro dos parâmetros constitucionais, da democracia e de um estado laico e pluralista. Este tolera todas as expressões religiosas, não opta por nenhuma, embora reconheça o valor delas para a qualidade ética e espiritual da vida em sociedade. Se um presidente obedece mais aos preceitos de sua religião do que aos da Constituição, fere a democracia e entra em conflito permanente com outros até de sua base de sustentação, pois os preceitos de uma religião particular não podem prevalecer sobre a totalidade da sociedade. A seguir estritamente nesta linha, pode acontecer um impeachment à Marina, por inabilidade de coordenar as tensões políticas e gerenciar conflitos sempre presentes em sociedades abertas”.

 
Leonardo Boff fala ainda de propostas da candidata como descentralização do Banco Central, ao que chama de “falta de brasilidade”, das questões ambientais, quais discorda da candidata. Afirmou ainda que a Igreja Assembleia de Deus, a qual Marina se converteu,m “se caracteriza por um cristianismo fundamentalista, pietista e afastado das causas da pobreza e da opressão do povo. Sua pregação é a Bíblia, preferentemente o Antigo Testamento, com uma leitura totalmente descontextualizada daquele tempo e do nosso tempo. Como fundamentalista é uma leitura literalista, no estilo dos muçulmanos”, disse Boff. 
 
 
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