Primeiro porque as pessoas não entendem o que é o casamento gay. Grande parte dos gays também rejeita a palavra casamento sem entender. Isso é mais claro entre os mais antigos, tanto hétero quanto os gays e pessoas desinformadas. A pesquisa atesta isso. Realize: Ninguém quer casar na igreja! É uma questão de direito civil e não de capricho.
Segundo, é preciso entender que o termo “casamento” difere de “matrimônio”, apesar de sinônimos, este sim mais ligado à religiosidade. O casamento civil (Certidão de Casamento) se difere principalmente por, na união civil (ou da união estável), o regime de bens ser parcial e no casamento ter a opção de ser universal, além de mudar de status civil de solteiro para casado, adotar sobrenome do outro, criar vínculo de famílias… Legalmente, a relação dos casados não pode ser questionada, ou seja 100% dos bens do parceiro vão diretamente para o cônjuge. A união estável é passível de comprovação e questionamento por parte do Estado ou da família do falecido. Para qualquer coisa, é preciso comprovar e pode ser questionado, andar com um papel pois não consta no RG. A união civil não substitui o casamento e não garante os mesmos direitos do casamento.
A lei diz que toda união civil deve ser facilitada para conversão em casamento e que ambas são consideradas famílias pelo Estado brasileiro. A decisão do STF é um entendimento, não é um direito fundamentado. Precisamos assegurar isso na forma da lei.
Mas parece que pessoas conservadoras querem confundir ao invés de explicar. Os mesmos que são contra o casamento alegam que homossexuais são isso ou aquilo, que possuem estilo de vida que ameaça a família ou o que é sagrado no “casamento” (matrimônio), ou que LGBTs querem tratamento especial. Mas se o casamento é negado como Direito, alegando que não podem reproduzir ou que está errado por algum outro motivo, como podem criticar o homossexual e seu estilo de vida? Se aos heterossexuais fosse negado o direito de casar, não tivessem filhos, seria um grande Carnaval na Terra… (Já acontece mesmo casando…).
Quem é contra o casamento gay é a favor da promiscuidade. Ou seja, não adianta chamar os gays de promíscuos se aqueles que querem casar (não são poucos) e ter uma vida aos moldes bem quistos pela sociedade (alguns seguindo até a hipocrisia dos casamentos heterossexuais) mas não tem esse direito. E esse é o argumento de alguns gays, de que esses moldes não funcionam para os héteros e que não deveríamos seguir. Mas enquanto não tivermos o direito, assim como homem e mulher, casa quem quer, estaremos aceitando ser tratados como seres inferiores, e este é o discurso por trás de ser contra o casamento gay. A lógica é cruel: gays são promíscuos e inferiores, por isso não devem casar… e se não casam, são promíscuos e inferiores.