Mudou “da água para o vinho”, ou quase isso, assim pode ser resumida a nova atitude de Ignatius Kaigama, arcebispo da Nigéria, um dos maiores defensores da criminalização da homossexualidade em seu país. Se antes ele apoiava a lei do país que defendia a prisão em até 14 anos para gays e participantes de casamentos de homossexuais, e chegou a declarar que a lei era “o caminho certo“ e um ato de “coragem”, agora ele trata de se manifestar contrário e com palavras mais fraternas.
A mudança veio durante a discutição no Sínodo do Vaticano sobre a questão e o relatório da reunião dos bispos de todo mundo afirmar que gays possuem “dons e qualidades” e que “podem ser úteis na comunidade cristã”. Kaigama afirmou para a o jornal inglês The Tablet durante o Sínodo na semana passada: “Nós não apoiamos a criminalização de pessoas com orientação sexuais diferentes. Nós devemos defender quaisquer pessoas com orientação homossexual que está sendo agredida, presa, e sofrendo punição. O governo pode querer puni-las, nós não. Na verdade, nós diremos ao governo que pare com as punições destes com orientação diferentes”.
Mas o arcebispo ainda é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, igualmente expressa como crime na mesma lei nigeriana que proíbe a homossexualidade. Pelo visto o discurso inclusivo do papa Francisco já conseguiu atingir ao menos um coração. Para Kaigama, o problema de crescimento populacional da Nigéria não tem a ver com os gays mas com a mortalidade infantil, violência, doenças e outras ameaças, e isso que deve ser exposto aos governantes.