Autor de livro que afirma que Lampião era gay consegue derrubar censura imposta por família

Uma guerra ferrenha nos tribunais que durou dois anos liberou a venda do livro ‘Lampião, O Mata Sete’, do juiz aposentado Pedro de Morais. Depois de saber que a biografia não autorizada afirmava que o rei do cangaço era gay e Maria Bonita adúltera, a família de Lampião questionou a publicação. No dia 30 de setembro, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), derrubou a decisão de primeira instância que proibia a venda de livro por unanimidade. Vera Ferreira, neta de Virgulino Ferreira , o famoso Lampião, conseguiu na Justiça que o livro não chegasse aos leitores.

“Não é demais repetir que, se a autora da ação sentiu-se ‘ofendida’ com o conteúdo do livro, pode-se valer dos meios legais cabíveis. Porém, querer impedir o direito de livre expressão do autor da obra, no caso concreto, caracterizaria patente medida de censura, vedada por nossa Constituinte”, afirmou o despacho do tribunal, usando a liberdade de expressão como direito à livre publicação.

Segundo o autor, é público e notório que Lampião tinha gostos refinados, desenhava roupas e gostava de perfumes e plumas. Mas ele lembra que o livro é biográfico e estes detalhes não formam nem um capítulo da publicação. A família de Lampião também moveu outros processos de indenização mas perdeu, segundo o autor. O livro deve chegar ainda este ano às livrarias.

 
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