Mártir indígena gay de 1600 ganha livro, cordel, e GGB quer que ele vire santo

“Tibira do Maranhão: Santo Homossexual”, da cordelista e doutora da UFBA Salete Maria, é um cordel que será lançado esta semana junto com o livro “1614-2014, Índio Gay Mártir” do antropólogo e historiador Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia. Mott quer ainda a canonização do indígena que há 400 anos foi acusado pela Inquisição de cometer o nefasto pecado da homossexualidade.
 
O frei capuchinho francês Yves d’Evreux em “História das Coisas Mais Memoráveis Acontecidas no Maranhão” descreve o indígena maranhense, famoso por ser tibira (homem mulher). O homem é considerado pelo pesquisador como “primeiro mártir gay das Américas”, já que foi capturado, batizado e condenado à morte. Além da canonização pela Igreja, o grupo quer que o estado do Maranhão reconheça a importância do indígena e erga um monumento em sua homenagem.

O GGB quer ainda que a Funai e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil articulem a canonização do índio no Vaticano, uma vez que o “bom ladrão”, convertido na cruz teve esse direito. O grupo lembra ainda que a cada 28h um homossexual é morto no país por conta da homofobia, registrando-se no Brasil, metade destes crimes em nível global.

“Estouraram o Tibira, amarrado na boca de um canhão, ao pé do Forte de São Luís, caindo seu corpo estraçalhado na baía de São Marcos, para limpar a nova conquista do abominável e nefando pecado de sodomia” diz o livro que lembra que a execução não teve permissão papal e foi arbitrária.

 
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