Tudo começou com uma carta enviada no ano passado por Diego, um homem transexual de Plasencia, uma cidadezinha de 40 mil habitantes na província de Cáceres, na Espanha, ao papa. Ele ficou surpreso quando em Dezembro recebeu uma ligação de um número privado. Era o religioso argentino, o papa, que ligava pessoalmente para dizer que leu sua carta e ela tocou sua alma. Na correspondência, Diego, que é católico de nascimento, relatou como se sentiu excluído depois que a paróquia que frequentava o proibiu de comungar após ele ter passado a viver como um homem. Sua família apesar de o apoiar, não queria que ele mudasse de sexo. Sua mãe chegou a pedir que ele esperasse ela morrer para resignar seu sexo de nascimento. Diego se manteve firme em sua fé e frequentando a paróquia que o renegou.
“Nunca havia me atrevido, mas com o papa Francisco sim, depois de ouvi-lo em muitas intervenções, senti que me escutaria”, declarou o homem. E o papa o ouviu. Era uma tarde de dezembro quando seu telefone tocou e entre os cuidados ao pai doente Diego atendeu a ligação. “Alô. Aqui é o papa Francisco”, disse o homem do outro lado da linha que mencionou a carta que havia recebido. O papa falou que a carta chegou até sua alma. Depois do momento de emoção, o Diego pediu para ver o papa, que lhe prometeu retornar a ligação. Em 20 de dezembro, finalmente a ligação aguardada foi recebida e a data do encontro foi marcada para o mês seguinte. Diego seguiu com sua esposa até Roma, onde no Vaticano teve o encontro que mudou a sua vida.
“A primeira chamada já era muito mais do que eu esperava, a segunda ligação veio e eu não acreditava no que estava passando, pois eu sei que meu caso não é nada, que há muitas pessoas que sofrem no mundo, que eu não mereço a atenção do papa”, disse o homem.
No encontro, Diego, que está noivo, perguntou a papa sobre suas dúvidas quanto a ser transexual e católico e recebeu um abraço do papa ao perguntar se há um lugar para ele na casa de Deus. O emocionante encontro mudou sua vida. Embora o Vaticano não confirme a reunião, como no caso do rapaz gay francês que teria recebido uma carta do pontífice, Diego afirma que o gesto do papa o fez encontrar a paz e que sabe que isto mudará a vida de muitas pessoas.