MRP: Adolescentes que mudaram o conservadorismo na Colômbia

Medelin é conhecida em todo mundo principalmente pelo antigo cartel de drogas de um dos maiores traficantes de cocaína do mundo, Pablo Escobar, mas nos anos recentes, na cultura queer, a cidade colombiana é terra de um outro fenômeno: o MRP. Em 2012 uma revolução colorida começou em uma escola particular tradicional da conservadora cidade. Um professor chamou um grupo de jovens gays de mariposario (mariposa denota ser afeminado em espanhol) e acabou ele sem querer batizando um fenômeno interessante que se ocorreu nos anos seguintes.

De início era um grupo de meninos bonitos de classe média alta que se vestia de mulher de brincadeira, dizem que desde os 11 anos de idade. Depois eles passaram a andar assim nas ruas e a curtir “montados” ou com visual andróginos. O que se viu foi um processo transexualizador em andamento, hoje completo para três deles, com próteses de silicone e nomes femininos. Em 2011, ainda menores, o grupo fundou o MRP, ou Mariposário, uma comunidade exclusiva que transformou a cultura pop e trans local. Antes, as transexuais eram ligadas as danças tradicionais, a figuras comportadas, mas elas quebraram todas as regras. 

Explorando a internet, elas ostentam riqueza em suas mansões e carros importados e seduzem os rapazes. Com corpos esguios e longas perucas loiras, são versões trans da Paris Hilton, chegando a revoltar as meninas da cidade pois elas jogam pesado na sedução. Com dialeto e códigos próprios, elas expandiram sua cultura além da Colômbia e influenciaram jovens transexuais em toda a América Latina de língua espanhola. A moda e música são suas armas na guerra pela fama. Elas conseguiram admiradores e respeito por apenas quererem ser quem são e não darem bola para o que os outros pensavam.

 
Fresa Mejia, Monie Gil, Kim Zuluaga, Evelyn Velásquez e Luna Gil são as fundadoras do grupo que fazem as lindas mas são tão doces quanto malditas. “As invejosas” são os alvos prediletos delas, que lançam palavras e vídeos quase na mesma velocidade. Há um ano pararam com os vídeos na internet. Três delas seguiram a transexualidade completa, sofreram então respostas duras de suas famílias e o glamour se transformou, o brilho da juventude e da novidade passou mas elas continuam mariposas, para sempre.
 
Confira alguns vídeos delas:
 

 

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