Dois casos de morte em São Paulo, inicialmente apontados como possível crime de motivação homofóbica, foram apontados pelas investigações como mortes não relacionada com homofobia.
O caso do menino Ricardo Peterson, de 14 anos, que morreu depois de uma agressão dentro do colégio em Ferraz de Vasconcelos, por ter pais homossexuais, foi apontado pelo laudo do IML como morte por causa natural. O rapaz desmaiou e foi internado, vindo a óbito dois dias depois. Peterson possuía uma deformidade no coração, que causou sua morte. O hematoma encontrado em seu corpo foi, segundo a polícia, foi em razão dos procedimentos de ressucitação realizado pelo atendimento de emergência. Apesar da agressão homofóbica ter existido, a morte teve como causa um ataque cardíaco 4h depois.
No ano passado, Kaique Augusto, de 17 anos, foi encontrado embaixo de um viaduto na região central de São Paulo. As marcas de hematomas e um vergalhão de metal atravessado em seu abdômen motivaram os familiares a crer que se tratava de um crime homofóbico. Segundo laudo da perícia, o rapaz teria se matado.
É importante cobrar das autoridades maior empenho nas investigações dos casos envolvendo possível homofobia, mas é preciso ter calma e não se precipitar ao reportar as mortes como crime homofóbico. Nas duas ocasiões, a Lado A deu destaque para a versão policial oficial. Em todo caso, a homofobia estava presente na vida das vítimas. Foi sim a homofobia que matou, mas não de forma direta.