“Embora a legislação brasileira proíba as empresas de dizerem que determinada vaga é para homem ou mulher, o que poderia caracterizar uma discriminação de gênero, o fato é que algumas empresas estão sim preocupadas com a sexualidade de seus empregados”, alerta Cezar Tegon, presidente da Elancers.
Na pesquisa, 7% responderam que não contratariam de “modo algum” homossexuais para trabalharem em suas empresas e ainda 11% não os contratariam para cargos executivos. Quase um quinto das empresas não contrataria homossexuais no país, um número alarmante, tendo em vista que a pesquisa pode ter encontrado apenas a parcela daqueles que admitem a exclusão, e ainda que poderiam colocar a homossexualidade do candidato na balança na hora de uma seleção com outros candidatos heterossexuais.
Além da suposta preocupação com imagem da empresa, o preconceito surge principalmente nas relações de ambiente de trabalho. Um profissional machista aceitaria ganhar menos do que uma mulher ou um homossexual? Obviamente não. O que chama atenção na pesquisa é que os recrutadores por vezes tem noções de psicologia e administração, sabem que um profissional homossexual é igual aos outros, mas preferem uma contratação sem riscos já serão responsabilizados por qualquer eventual erro se o perfil do candidato e seu desempenho não forem satisfatórios.
Por isso, apostam depois de avaliar os currículos: branco, heterossexual, jovem e simpático. Se o gay com essas características não se identificar como gay, passa… mas terá que se esconder no armário por alguns anos ou se mostrar mais competente ou prestativo, como se precisasse compensar a sua sexualidade com trabalho ou outra qualidade.
Prova clara é o CEO da Apple, Tim Cook, que apenas depois de dois anos no cargo assumiu publicamente que era homossexual. Responsável por uma das melhores fases da empresa, ele afirmou recentemente que ser gay faz parte de quem ele é o fez chegar onde está. Apesar de todas as políticas inclusivas da empresa, ficou claro que o cargo representativo faz exigências desumanas e foi preciso tempo para testar o mercado. No fim, Cook saiu do armário e abriu caminho para executivos gays em todo o mundo, apesar das gritarias que sua nomeação causou.