Uso de cocaína dobra risco de infecção pelo HIV

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia aponta para a comprovação de que o uso de cocaína aumenta o risco para infecção do HIV. O estudo publicado em junho na revista Scientific Reports comprova pela primeira vez em espécimes vivos que a exposição à substância é fator determinante para a infecção do HIV. Pesquisas in vitro da década de 90 já mostravam o risco.

Depois de 5 dias recebendo dosagens de cocaína um grupo de ratos humanizados (preparados para simular o sistema imunológico humano) recebeu o vírus Hiv 1 por meio de células de fígado infectadas e continuou por a receber doses da droga nas duas semanas seguintes.  Foram observadas as condições de saúde também de ratos que não receberam a droga mas uma solução salina e também foram infectados pelo vírus. No grupo que recebeu 5mg de cocaína diariamente, foi constatado que de carga viral de Hiv. Além disso, foram percebidos casos entre os ratos que não receberam cocaína indivíduos com um grau de infecção mais lenta e baixa carga viral.
 

A conclusão do estudo é que a cocaína não apenas aumenta o risco de infecção como acelera a multiplicação do vírus no organismo. O sistema imunológico fragilizado pela droga colabora para a aceleração do processo de infecção e provalvemente o desenvolvimento da Aids. “A cocaína derruba o potencial do organismo em se defender do vírus”, concluiu o pesquisador Dimitrios Vatakis, autor da pesquisa.

A pesquisa não é definitiva para humanos mas abre precedente para a possibilidade de investigar a relação das drogas com o estado de latência do vírus, a transmissão por mucosa, e outros tecidos , e como a droga afeta o tratamento de quem já tem o Hiv.

 
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