O Sínodo da Família do Vaticano vai até o final do mês mas as revelações recentes feitas por ex padres mostram o tamanho da hipocrisia católica na questão da homossexualidade. Esta semana foi revelado por um ex padre que há um tratamento de cura gay para religiosos no Vaticano. Mario Bonfanti afirmou ao jornal “La Repubblica”, que queriam envia-lo ao convento Venturini, local onde mandam os padres desviados por sua conduta sexual. Segundo apurou o jornal italiano, o lugar realmente propõe soluções para “problemas ligados ao sexo”.
No final de semana, um dia antes do encontro, o monsenhor polonês Krzysztof Charamsa, da Congregação para a Doutrina da Fé, foi expulso da Igreja depois que declarou que tem um namorado e que o Sínodo deve respeitar e acolher as famílias de pessoas do mesmo sexo. “Quero que a Igreja e minha comunidade saibam quem sou: um padre homossexual, feliz e orgulhoso da minha identidade. Estou disposto a pagar as consequências, mas é hora de a Igreja abrir seus olhos para os fieis homossexuais e entender que a solução oferecida, a abstinência total da vida amorosa, é desumana”, disse ele.
O ex padre e teólogo alemão David Berger foi além e afirmou que metade dos religiosos dentro do Vaticano são homossexuais. O ex professor da Academia Pontíficia São Tomás Aquinas, que foi demitido depois de se assumir gay, declarou a uma revista alemã: “A proporção de homossexuais entre os sacerdotes católicos costuma ser alta. No Vaticano, no entanto, é ainda maior. Eu diria que por volta de metade.”
Para Berger, a vida de suposto celibato e virtudes é atraente aos gays que depois de receberem uma alta carga de culpa percebem no sacerdócio uma forma de redenção e uma vida tranquila. Para ele, desde a vestimenta até o plano de carreira, com o sufocamento da sexualidade, levam os padres gays a chegarem ao Vaticano e lá dentro há uma cooperação entre eles, desde que se mantenham no armário.
Não são de hoje os boatos sobre a sexualidade secreta de muitos padres e os escândalos de orgias e favores sexuais dentro da Igreja. Há alguns anos uma sauna gay italiana embaixo de apartamentos residenciais de oficiais do Vaticano teve uma reforma milionária e chamou a atenção por sua localização. Como alertou Berger, as escapadas são toleradas mas não se pode levantar bandeiras.
Recentemente o papa Francisco declarou que apoia o matrimônio como instituição sagrada entre homem e mulher, e que os católicos têm direito a se posicionar contra, inclusive quando no trabalho que exija que casem homossexuais, apesar de diversas vezes se mostrar solidário as causas LGBT. A declaração foi dada em visita aos EUA onde o papa se encontrou secretamente com uma funcionário de um cartório que foi presa por barrar casamentos gays alegando que iam contra a sua fé.