Quando dois homens gays ou duas mulheres lésbicas decidem ter filhos naturais, não recorrendo à adoção, um dos dois precisava abrir mão de sua carga genética para que ou o óvulo ou o espermatozoide do parceiro do mesmo sexo se juntasse a outro de um doador para se gerar uma vida. Anunciada em fevereiro de 2015 por cientistas da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e do Weizmann Institute (Israel), uma nova técnica promete produzir óvulos ou espermatozoides a partir de células da pele, abrindo um novo mundo de possibilidades para casais homossexuais e ainda casais com problemas de fertilidade.
Até 2017 a técnica batizada de gametogênese in vitro (GIV) deve estar disponível para criar as primeiras crianças filhas de casais do mesmo sexo. Um sonho compreensível para milhares de casais gays do mundo que já recorriam a bancos de esperma e barrigas de aluguel, movimentando milhões de dólares em um mercado às vezes clandestino. A discussão ética e moral da geração de gametas a partir de células comuns ganha campo, uma vez que a mesma discussão que permitiu a fertilização in vitro foi contrária à prática da clonagem humana.
A técnica foi anunciada como experimental e revelou ainda a possibilidade da criação de outros tecidos para auxiliar em tratamentos médicos.