A legislação trabalhista confere a homens ou mulheres solteiros, independente da orientação sexual, o direito a licença-maternidade. Foi embasado nesse princípio que Peterson Rodrigues dos Santos, 34, conquistou 6 meses de licença do emprego, na Livraria Cultura, após adotar Lucas, de 9 anos.
Rosi Prigol, presidente do Instituto Amigos de Lucas, do qual Peterson adotou Lucas, afirmou ao jornal Zero Hora que a procura por casais homossexuais tem crescido e já passou a ser frequente. Entretanto, casos de homossexuais solteiros são raros, com Peterson sendo o pioneiro. Segundo ele, casais homoafetivos tem maior disposição e abertura para adotar crianças que fogem dos padrões de beleza e comportamento.
A adoção
Peterson conheceu o programa de apadrinhamento da ONG Instituto Amigos de Lucas em 2013. Nele, o objetivo era proporcionar a experiência do convívio que vivencia familiar com crianças que tem poucas chances de adoção, seja por mau comportamento, por serem muito velhas, por terem doenças físicas ou complicações mentais.
Ele passou por cursos preparatórios para que, enfim, pudesse comparecer à festa de apadrinhamento. Foi lá, no primeiro dia, que conheceu Lucas, agitado, correndo entre as pessoas. Primeiro, ele entregou um balão a Peterson, depois o casaco e, por fim, se descobriram padrinho e afilhado. Com o tempo, foram se aproximando e se afeiçoando. O pedido de adoção foi apresentado e, há 4 meses, já moram juntos e tentam se adaptar um ao outro. Lucas passou por uma bateria de exames e acompanhamento médico e, apesar dos desentendimentos, demonstra bastante esforço para aprender a ter um pai.