Ao sair da rodoviária e se encaminhar para um táxi, Mel Campus, ativista LGBTQ filiada ao PSOL, depara-se com um homem transfóbico que a agride tanto verbalmente, deslegitimando sua identidade de gênero, quanto fisicamente, atacando-a com latas de lixo, cones e dando socos e chutes. Essa cena aconteceu em Londrina no dia 12 de Janeiro e nenhuma das pessoas que estavam no local prestaram ajuda ou socorro, nem o taxista, nem os pedestres, muito menos os guardas municipais que estavam na guarita em frente e presenciaram a cena.
Na moção de repúdio à agressão, Melissa explica que o sofrimento e o preconceito não acabaram ali. Naquele mesmo dia, ela foi registrar a ocorrência na delegacia e, além de não ter o seu nome social reconhecido e nem sua condição de mulher trans, os policiais não registraram a agressão verbal e o preconceito no boletim. No IML, onde deveria fazer o registro fotográfico das fotos e o pedido de exame de corpo de delito, a vítima foi jogada num saguão sem ser atendida. Apenas no dia seguinte, acompanhada de uma amiga médica e de um laudo particular, conseguiu o registro das lesões e o agendamento dos exames para 10 dias depois – o que não faria um registro real da violência sofrida.
“Os funcionários parecem desconhecer completamente o direito ao nome social das pessoas trans e travestis: não perguntam, não registram e também não querem saber. No saguão, não há nenhum espaço onde uma mulher vítima de violência pode ser acolhida e ter seu pudor respeitado por exemplo, já que esta pode estar machucada, com roupas rasgadas, dentre outras situações”, conta Mel, ao falar sobre o IML.
Diversos ativistas do Estado do Paraná se mobilizaram e repudiam a transfobia sofrida por Mel Campus, e a moção surgiu nesse sentido: “viemos, portanto, com esta moção, repudiar todo e qualquer tipo de agressão à comunidade LGBT, manifestando nosso apoio à comunidade trans e travesti e nossa indignação contra as pessoas que se mantém coniventes, contra o Município e o Estado que tolhem nossos direitos, não acolhem e não garantem condições dignas de atendimento e de encaminhamento da violência transfóbica”.
Confira a moção completa aqui:
Olá galera, Bom dia!Moção de Repudio atualizada – 01/02/16Moção de repúdio à agressão contra Melissa Campus -…
Posted by Elitytrans Londrina on Monday, February 1, 2016