Na manhã deste sábado, o Big Brother Brasil 16 teve mais um episódio grotesco de desrespeito e incentivo à homofobia. Em semana enfezada, Ana Paula, que voltou de um paredão falso no qual descobriu a antipatia de alguns moradores da casa por ela, depois de assistir a tudo que acontecia em sua ausência, foi mais uma vez perturbar Renan. O modelo que tem sua sexualidade coloca em dúvida a todo instante, dentro e fora da casa, foi chamado pela moça no feminino por diversas vezes.
“Melhorou do porre, querida?”, diz Ana Paula por duas vezes. “Não estou de porre, não”, respondeu Renan. “Gente que arruma briga na sala… Acha que vai e volta do paredão”, diz Ana Paula. Eu não quebrei nada aqui não querida. Não me enche o saco de manhã”, responde o modelo. “Eu detesto gente louca”, diz Ana Paula. E Renan responde: “Eu sou louco?”, diz o modelo às gargalhadas. “Sabe o que eu quero? Ir para o Paredão com você para e ver quem vai voltar”, responde a jornalista. “Pode vir. Pode vir. Bom dia, queridinha”, retruca o gato. “Falsa. A senhora é Falsa! A senhora é Falsa!”, repete Ana Paula. Renan então se despede e sai da sala: “Bom dia, queridinha”.
Se referir a um homem no feminino com intenção de diminuir a sua masculinidade é comum em bullying escolares. Nenhuma feminista faria isso pois ser mulher não é ofensa alguma mas na sociedade machista que vivemos isso é uma arma comum de ataque à honra do outro. É uma clara referência à homossexualidade, enquanto identidade de gênero não tem nada a ver com identidade sexual. Ou seja, mesmo homossexual, um homem continua sendo homem. A Rede Globo deveria punir a participante, principalmente pelo fato do próprio modelo se considerar heterossexual.
O mesmo tipo de tentativa de ofensa acontece com as lésbicas, quando chamadas no masculino ou por nomes como sapatão ou caminhoneira, por pessoas de fora do meio, com propósito de atingir a sua dignidade.
A cena mostra a imaturidade da participante e, é claro, o incentivo a que gays aceitem serem chamados no feminino, do uso da ironia e dissimulação como ofensa. Alguns não se importam de fato e até mesmo se referem uns aos outros desta forma, perpetuando essa “brincadeira”. Na verdade, isso aumenta ainda mais a confusão da sociedade que já não entende que gays não querem ser mulheres ou que deixam de serem “homens” por transarem com outros homens. Em todo caso, prevalece o imperativo de que apenas pode se chamar desta forma entre gays que aceitem esse tratamento ou por pessoas que possuem intimidade com quem não se incomoda com essa troca de gênero.
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