Homofobia no Carnaval: Léo Santana e Baby do Brasil fazem comentários preconceituosos

Além de alguns casos de taxistas que maltrataram clientes gays no Rio de Janeiro, dois casos de homofobia de artistas ganharam destaque na mídia neste Carnaval. Parece que a festa pagã está cada vez mais conservadora.
 
Léo Santana
“Na moral, eu não entendo, tanta mulher bonita nesse arrastão e tem homem com homem que fica aí se beijando”, com essa declaração, o cantor baiano Léo Santana cometeu a maior gafe do Carnaval de 2016. Tudo aconteceu na última sexta-feira, 5, quando o artista estava animando a galera em cima de um trio elétrico no Circuito Dodô, em Salvador. Além da frase que dá margem para diversas interpretações, Léo disse que tudo isso era muita viadagem. 
 
O incidente rodou a internet no mesmo dia, gerando uma série de protestos nas redes sociais, Instagram, Facebook e Snapchat, do cantor. Grupos organizados LGBTs entraram com pedidos de retratação e denúncia no Serviço Municipal contra a Homofobia da capital baiana. No dia seguinte, o cantor negou ter intenções homofóbicas ao fazer aquela declaração e se defendeu. “Creio que eu, Leandro Santana, seja o único artista homem que tenho um carinho absurdo por todos os gays do mundo. Eu tenho pra caramba fãs que são gays e em hipótese alguma que faltaria com o respeito a eles”, afirma.
 
A superintendente de políticas públicas voltada para as mulheres da Prefeitura de Salvador, Monica Kalile, conta que pessoas do país inteiro tem se manifestado contra o cantor através do canal da organização. Segundo ela, o cantor pode ser punido desde com uma retratação pública, até a prestação de serviço comunitário e curso com cartilha gay. Kalile assegura que o caso está sendo apurado com o rigor que exige. 
 
Baby do Brasil
Já no Domingo, em Natal, após cantar Masculino e Feminino, que preza a liberdade sexual e de gênero, Baby declarou que “apesar das kengas, todo homem para mim é homem. O que talvez tenha faltado é uma boa mulher”. O evento ao qual ela era coroada madrinha é um bloco de homens travestidos, tradicional do Carnaval GLS da cidade. 
 
O público vaiou e ela ainda disse que aceitaria a faixa mas não a coroa pois era pastora evangélica. “A coroa é a única coisa que eu não vou poder colocar porque na minha cabeça tem uma coroa, a coroa do senhor Jesus”, disse ela.
 
“Gente, acabei de receber de amigos uma declaração na internet e não poderia deixar passar em branco essa oportunidade, pois nada do que está sendo dito condiz com a verdade. Tenho amigos e amigas gays há anos, que são inclusive muito íntimos da nossa família. O que declarei foi que para mim não importa a escolha sexual, pois ela não invalida de um homem ser homem ou uma mulher ser mulher”, declarou ela em seguida no Facebook.
E tem vídeo da declaração patética de Baby:
 
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa