Em entrevista concedida ao jornal O Globo, publicada na última quarta-feira, 17, o então Secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, pastor Ezequiel Teixeira, declarou acreditar na possibilidade de cura para pessoas homossexuais, colocando-as no mesmo patamar de doenças como câncer e Aids. Além das declarações controversas, o funcionário já havia autorizado a demissão de mais de 65 funcionários do Programa Rio Sem Homofobia, desabilitado a rede de denúncias por telefone e fechado quatro centros de assistência a pessoas LGBTQs. O Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, exonerou o pastor do cargo na noite de ontem com a justificativa de que tais decisões e declarações não condizem com a política implantada por sua gestão.
“Eu creio, plenamente. Eu não creio só na cura gay, não. Creio na cura do câncer, na cura da Aids… Sabe por quê? Porque eu sou fruto de um milagre de Deus também”, declaração do secretário que vai contra uma das principais bandeiras da sua pasta. Em justificativa, ainda, aos cortes no programa da pasta, Teixeira afirmou que é reflexo da crise sofrida pelo estado. Segundo ele, mais de 78 funcionários estavam com salários atrasados e sem receber o 13º salário.
A confusão não acaba por aí. O ex-secretário também comprou briga com o coordenador do projeto Rio Sem Homofobia, Claudio Nascimento, ao dizer que “os incomodados que se retirem” e questionar gastos com casamentos coletivos homoafetivos. Ele só não esperava que a resposta viria de cima. Sobre todo o ocorrido, o governador Pezão comentou: “Não é o meu posicionamento, eu sou totalmente contra a posição dele. Vou tomar providências. Coloco aqui a minha insatisfação com as declarações dele”. Na mesma noite da entrevista, Pezão assinou a exoneração de Teixeira do cargo, que será substituído pelo deputado Paulo Melo (PMDB).