O estigma social construído em cima da comunidade trans brasileira relega a essas pessoas posições marginalizadas, geralmente vinculadas à prostituição e ao universo das drogas. Foi para quebrar essa perspectiva que nasceu o Transcidadania, programa da Prefeitura de São Paulo que investe em bolsas e cursos para travestis, mulheres e homens trans que buscam se capacitar profissionalmente e sair das ruas.
No início de 2016, a primeira turma se formou e a celebração foi repleta de felicidade e emoção. O sucesso foi tamanho que o projeto foi ampliado. O programa aumentou de 100 para 300 o número de vagas, e a bolsa para quem cumprir 60 horas semanais é de R$ 910 agora. Além de oferecer cursos, o projeto dá atendimento psicossocial, pedagógico e médico.
Dos 100 alunos que participaram do início do projeto, 38 concluíram o período de formação. Destes, 33 completaram o ensino fundamental e cinco o ensino médio. Além disso, duas alunas conquistaram boas notas no Enem e concorreram a vagas para a universidade pelo Sisu e Prouni. Em baile de formatura, as trans dançaram valsa com o prefeito da cidade, Fernando Haddad.
“Implantamos essa política no país que mais assassina travestis e homossexuais. São seis secretarias envolvidas tanto na construção desse programa como na execução dele no dia-a-dia. É uma política pública séria, uma opção corajosa e arriscada que pode mudar a vida das pessoas, servindo de exemplo para outros municípios e estados”, conta Alessandro Belchior, coordenador de políticas LGBT da Secretaria de Direitos Humanos.
Conheça um pouco mais sobre histórias das pessoas que viveram o programa: