Um artigo republicado pelo Huffington Post, escrito pelo diretor de conteúdo da revista Substance, traz um grande questionamento, aprofundado pela perspectiva histórica, sobre o debate que se tem em cima de homens que fazem sexo com outros homens. São comuns os discursos que defendem que isso é uma prática homossexual e que, esses homens, são também, no mínimo, bissexuais. Entretanto, o texto, intitulado “It’s just a Bro-job. No Homo”, desconstrói essa noção e diferencia identidade sexual de comportamento sexual.
A primeira ideia que se precisa ter em mente é que a sexualidade humana é muito mais complexa e antiga do que os conceitos de categorias como “gay”, “hetero”, “bi” e “pan”. Aliás, a prática do sexo entre homens fez parte da cultura das civilizações gregas e romanas, onde a homossexualidade era diferente de praticar sexo com outros homens.
Chelsea Reynolds é uma estudiosa sobre mídias onlines e sexualidade. Para ela, há diferenças entre identidade sexual e comportamento sexual, e é aqui onde as pessoas se enrolam, uma vez que não entendem essa distinção. Para ela, o problema está na forma que a sociedade enxerga a sexualidade do homem. No Ocidente, é esperado que o homem seja um heterossexual masculino, dominador, longe de qualquer feminilidade e sem emoções à flor da pele.
Portanto, para alguns pensadores, a orientação sexual está mais ligada às noções de relações duradoras, relações sentimentais e sexuais, identificação política e cultural e sentimento de comunidade enquanto o comportamento sexual aponta para o gênero com o qual você se relaciona sexualmente, sem pretensões duradouras ou de ser diferente do normativo. É, também, uma questão de se identificar. Você é aquilo que você afirma ser, uma vez que a sexualidade é uma questão pessoal e totalmente diferente de uma pessoa para a outra.