Ninguém espera ser espancado pelo pai aos 17 anos, mas um jovem de São Paulo, que vive no bairro do Grajaú, sentiu na pele as dores da agressão que resultou da homofobia. Ao contar para o pai sobre sua orientação sexual, teve a violência como resposta: foram chutes, socos, chibatadas com alça da bolsa em brasa e tentativa de enforcamento. Tudo piorou quando o seu pai pediu que a madrasta buscasse uma faca. “Eu sabia que ele ia me matar.”
Tudo começou quando o jovem voltou para casa, na última sexta-feira, 26, do terreiro umbandista. Sua madrasta questionou se ele não estava drogando e acabou o jogando psicologicamente contra o pai. No calor do momento, o garoto decidiu falar sobre sua orientação sexual e contar que era gay. A reação foi a já descrita, muita agressão física e ameaças de morte.
Ele só conseguiu fugir porque pulou da sacada do segundo andar, a 3m do chão, quebrando a mão nessa investida, e fugiu pelo portão aberto pela madrasta. Mesmo com a situação tendo atingido o patamar que alcançou, o garoto revelou no Facebook que não pretende prestar queixa contra o pai porque ele é trabalhador e tem outras três crianças pra sustentar. Disse também, em entrevista ao portal “Extra”, que acredita que seu pai é uma pessoa boa, e que aquilo foi resultado do modo que foi criado.
Ele encontrou socorro na casa de uma amiga, que o ajudou a ir ao pronto socorro, no dia seguinte. Ele chegou a voltar em casa para pegar suas roupas, o “pai não estava em casa, mas minha madrasta me passou o recado de que ele não queria me ver nunca mais”. Alguns meses antes, ele havia encontrado a sua mãe que o abandonara aos 2 anos por conta da violência frequente que sofria do marido. Agora, os filho e mãe moram juntos no centro de São Paulo.