O reascender do Movimento Queer

As ideias do movimento queer surgiram na década de 70, com as discussões de gênero. As ideias partiram de pensadoras feministas para a construções de Teorias de Gênero, que têm o homem e a mulher, o masculino e o feminino, como construções históricas, culturais e sociais. Apesar de gênero ainda ser um termo com conceito em construção, os pensadores do âmbito acadêmico notaram que as reflexões sempre tinham o binarismo como parâmetro. Então, a partir de 1990, os pensamentos desenvolvidos que buscavam explorar o gênero fora do binarismo foram chamados de Teoria Queer.
 
Queer é um termo bastante usado na língua inglesa para ofender homossexuais. É algo como esquisito – mas tem o peso de bixa, baitola e viado no português. O movimento propôs, então, um empoderamento dessa palavra para desconstruir o estigma em cima dela. A patologização da homossexualidade, por conta do boom da AIDS na década de 1980, trouxe toda a comunidade LGBTQ para dentro dos estudos queers e de gênero. Dessa forma, entende-se que é impossível estudar o gênero desvinculado da sexualidade.
 
Os anos 90 trouxeram um movimento gay ansioso por se desgarrar das noções de doença e problema social. Então, o movimento queer foi proposto como uma alternativa. Entretanto, como afirmou Noah Michelson, Diretor Editorial da categoria LGBTQ do Huffington Post, aquele não era o momento exato. A Teoria ainda não estava nem delimitada e nem difundida entre a comunidade, então as pessoas ainda não entendiam o uso do “queer” e nem suas defesas da desconstrução das noções normativas de gênero e sexualidade.
 
Mas o que, afinal, o movimento traz de novo?
As novidades são muitas, desde a noção de gênero fluído, fim do binarismo masculino e feminino, até a desconstrução dos rótulos. Tudo leva em consideração a Teoria Queer, melhor reformulada por Judith Butler, que defende o corpo como um ato performático político e a ideia de sermos quem quisermos. É, também, uma corrente de pensamento que sugere a inclusão de todos os seres humanos na educação, saúde e mercado de trabalho. Nela, todos somos queers, e não mais gays, lésbicas e travestis. 
 
O maior exemplo de que o movimento está ganhando forças é a mudança do nome da editoria LGBTQ do HuffPost de “Gay Voices” para “Queer Voices”. A inclusão da letra Q, de queer, na sigla também é sinal da inclusão desse pensamento. 

(Imagem, cena do filme nacional Tatuagem, de Hilton Lacerda)

 
O que você acha dessas mudanças?
 
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