O uso do x na supressão de gênero na Educação

Com uma sociedade mais consciente sobre os debates de gênero, aparecem novas sugestões para a forma que usamos a linguagem no nosso cotidiano, visando um caráter neutro que evite o sexismo e amplie para as diferentes percepções além do binarismo homem-mulher. O uso da letra x no lugar das flexões com “o” e “a” é um exemplo dessa tentativa de universalizar a questão. Apesar de bastante criticada, é usada em diversos espaços, como o Colégio Pedro II, em São Cristóvão – RJ. 
 
Na escola, mesmo sem nenhuma recomendação da direção, o grêmio estudantil trouxe a questão para os seus informativos, usando as palavras “alunxs” e “professorxs”. Em seguida, os professores de Biologia e Sociologia passaram a abordar as mudanças em sala de aula, tanto na forma de redigir as provas, como em debates e aulas sobre gênero. É claro que através de uma estratégia pedagógica, preferindo abordar com alunos das séries finais do ensino fundamental e todo o ensino médio, onde o debate pode ser mais produtivo. 
 
O uso do “x” é muito discutido entre os profissionais da linguística e os membros da comunidade LGBTQ. Entende-se que essa tentativa é importante para dar voz às pessoas que não se identificam com o binarismo de gênero, assim como para dar espaço ao protagonismo das pessoas transexuais. Entretanto, essa tática já está caindo em desuso por conta das suas infinitas limitações:
 
A letra x não é pronunciável na língua falada, o que faz com que as pessoas continuem usando a flexão ao falar.
 
A letra x atrapalha a leitura. Quanto mais simples e inteligível, mais fácil será transmitida a informação. A letra x não proporciona isso e ainda atrapalha a leitura de pessoas com TDA.
 
Leitores de tela não identificam a palavra com essa flexão. Se o objetivo é universalizar e incluir, o x não funciona. Pessoas com deficiências visuais que usam leitores de tela não poderão ler textos com a flexão do x. 
 
Língua neutra
Usar uma linguagem neutra é um dos maiores desafios atuais. Algumas opções existem, mas aprender a falar assim é um processo de desconstrução linguística pessoal que pode levar algum tempo, mas vale o esforço. As palavras “pessoa” e “indivíduo” são recursos aproveitados no português. Mas como fazer essa transformação?
 
Ex:
 
1- O aluno precisa primeiro entender o que é gênero e sua aplicação linguística para depois debater sobre ela. 
 
– A pessoa que estuda precisa primeiro entender o que é gênero e sua aplicação linguística para depois debater sobre ela.
 
2- Elas avançaram de chave na competição.
 
-As pessoas avançaram de chave na competição.
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa