Uma audiência pública será realizada na Assembleia Legislativa paranaense para tratar sobre a violência contra a população LGBT na educação. O evento está marcado para o próximo dia 10 de agosto, das 8h30 da manhã ao meio dia. Participarão do encontro ONGs LGBTs, componentes da Comissão Permanente de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, além de representantes de instituições públicas, órgãos do governo, sindicatos da educação e entidades estudantis. Haverá também o lançamento da “Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional entre Adolescentes e Jovens LGBT no Brasil”.
Diversas entidades estão sendo acionadas para somar o coro por mudanças nas políticas públicas educacionais. O Brasil enfrenta sérios entraves com a massa conservadora que está trabalhando na educação. Por isso, a Audiência Pública contará com uma leitura do estudo e questionará as autoridades presentes sobre atitudes que amenizem a situação alarmante da educação para crianças LGBTs.
A pesquisa foi realizada em uma parceria da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT com o Grupo Dignidade, o Centro Paranaense da Cidadania, o Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual e o Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná. As organizações Todo Mejora Chile e da Gay, Lesbian and Straight Education Network (GLSEN) também ofereceram apoio a realização do estudo.
O evento será realizado no Mini Auditório da Assembleia Legislativa do Paraná.
A pesquisa
O relatório é a primeira pesquisa virtual realizada com jovens em período de estudo e que se identificam com a sigla LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis). O estudo traz, ainda, um comparativo com a mesma pesquisa realizada na Argentina, Colômbia, Uruguai, Peru e Chile. O objetivo é fomentar com dados a discussão de políticas públicas para tornar a experiência dos jovens mais seguras na escola.
A pesquisa contou com 1016 entrevistados e traz alguns dados preocupantes sobre os níveis de violência física e psicológica sofrido pelos jovens nas escolas brasileiras. 73% dos entrevistados afirmaram já terem sido verbalmente agredidos por conta da sua orientação sexual, e 68% por sua identidade de gênero. Em resposta, as instituições e famílias, em muitos casos, não se posicionaram de forma eficaz. 36% garantiram que a resposta da escola sobre o caso foi ineficaz, já sobre a família, 39% dos pais não se preocupou com a segurança dos filhos.