A jornalista Patrícia Lellis, de 22 anos, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher em São Paulo e na delegacia de Brasília acusando o deputado Marco Feliciano e o Partido Social Cristão (PSC) de tentativa de estupro e ameaça para manter o caso abafado. Segundo a jovem, que fez o registro no último dia 05, o ato aconteceu no dia 15 de junho, quando ela fora convidada para uma festa no apartamento funcional do deputado, em Brasília.
Patrícia conta que a festa deveria reunir a juventude do PSC, da qual ela fazia parte. Mas, ao chegar lá, Feliciano estava sozinho e perguntou se ela não gostaria de ser sua amante. Espantada, a jornalista passou a questionar o pastor sobre todos os boatos que tinha ouvido sobre o assunto. Ela entrou em contato com a presidência do partido, que pediu para que ficasse quieta sobre o caso.
A vítima revelou ainda que o Chefe de Gabinete do deputado, Talma Bauer, a procurou para perguntar o que ela queria em troca de ficar calada. Por conta das ameaças e intimidações, a jovem pretende sair do partido e procurou a polícia para fazer o boletim de ocorrência. O assessor do deputado chegou a ser detido em São Paulo na semana passada. O caso foi repassado para o Supremo Tribunal Federal que deve avaliar se a Polícia Federal vai investigar ou não o caso. Como prova a jovem apresentou conversas telefônicas e mensagens de celular com o assessor e com o próprio deputado.
O PSC anunciou na última terça-feira, 9, que pretende manter Feliciano como líder do partido na Câmara e ainda pretende processar a jovem por calúnia e registrou uma queixa contra a moça. Já Marco Feliciano gravou um vídeo no último domingo, ao lado da mulher, para se defender das acusações. Ele informou que vai apresentar provas da sua inocência e que espera que a jornalista seja responsabilizada pela falsa comunicação de crime.
Feliciano, além de religioso e pai de duas meninas, foi presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal onde protagonizou embates contra a comunidade gay.