Alguns dias após um vídeo em que seguranças do Shopping Estação aparecem imobilizando uma transexual com um mata leão viralizar na internet, a direção do centro comercial decidiu afastar os profissionais envolvidos. O Grupo Dignidade, o Transgrupo Marcela Prado e a Revista Lado A foram convidados para uma reunião com a gerente de operações do shopping e a responsável pela Comunicação do estabelecimento, neste final de semana, em que foram mostradas as imagens das câmeras de monitoramento do Estação e conversado sobre o ocorrido.
Na reunião, foi afirmado que os funcionários da empresa de segurança terceirizada Proforte foram afastados definitivamente, já em nota é dito que eles foram suspensos até o final do procedimento interno para elucidar a questão. “O Shopping esclarece que repudia qualquer ato de discriminação e afirma que a equipe terceirizada que presta serviços agiu para conter uma briga entre clientes e garantir a segurança do público presente. Os seguranças terceirizados envolvidos no episódio foram afastados até que todos os fatos sejam apurados. O Shopping frisa ainda que acionou as autoridades policiais no momento do ocorrido e está à disposição para prestar esclarecimentos nas investigações”, diz a nota.
Nas imagens, é possível ver as garotas abordando o cliente, e a tentativa pacífica dos seguranças em resolver a questão por mais de 15 minutos, quando a situação sai do controle após diversas agressões iniciadas pelas transexuais e revidadas violentamente pelo cliente. Os seguranças claramente agem com excesso de força apenas com as transexuais. Todavia, o shopping reafirmou que a conduta dos seguranças seguiu os procedimentos para quais estavam treinados e que não acredita que houve preconceito.
As imagens seguem até as docas do local onde duas garotas foram levadas até a chegada de uma viatura da Guarda Municipal, o que chamou atenção por não ser função desta instituição. A câmera mal posicionada no setor de cargas mostra apenas os seguranças encurralando as garotas em um canto onde há duas salas e um recuo. É possível ver que não houve espancamento, mas há movimentos de braço que não podem ser identificados claramente se eram de contenção ou agressão. As garotas afirmam que foram levadas a uma sala onde foram agredidas pelos seguranças.
Outra questão
Há indícios de que o caso em questão envolve um processo que corre na Justiça em que uma das garotas envolvidas na confusão da semana passada acusa um funcionário de um dos restaurantes do Estação de não pagar um programa sexual. Segundo consta no processo, ela era cliente do restaurante, era bem tratada, com direito a regalias, até que o gerente do local a encontrou para um programa sexual e não a pagou. Após o calote o homem teria passado a tratá-las mal no restaurante, inclusive agindo com transfobia.