Depois de sofrer assalto, casal gay passa por situação lamentável em frente a balada

Na madrugada desta quinta-feira, os namorados Luis, 25 anos, e Cristiano, 19 anos, saíram a pé de uma balada alternativa por volta das 4h30 da madrugada no bairro Mercês quando uma quadra depois foram abordados por dois casais de assaltantes que os renderam. Os ladrões levaram celulares e carteiras. Enquanto Luis foi abordado pacificamente, Cristiano foi agredido violentamente por um dos criminosos com chutes e pontapés, mesmo sem mostrar reação ao assalto. O homem tentou esfaquear Cristiano que se defendeu segurando a lâmina, provocando um corte em sua mão.
 
Cristiano ficou caído no chão, enquanto Luis, estudante de enfermagem, foi buscar ajuda na balada VU, de onde haviam acabado de sair. A casa já estava encerrando a noite e Luis pediu a um dos seguranças para chamar o gerente ou um dos proprietários (que não estava no local) e o segurança se negou, afirmando que a casa não tinha responsabilidade pelo ocorrido fora do estabelecimento.  Com a insistência do rapaz, desesperado por ajuda, o segurança passou a agredi-lo com socos e chutes. Neste momento, o gerente da casa foi chamado ao local e flagrou a violência contra o cliente, a qual repudiou.
 
O Samu e a polícia foram chamados pela casa em seguida. O Samu chegou em 15 minutos e apenas limpou os ferimentos de Cristiano. A polícia não atendeu ao chamado. Os dois ficaram por mais de uma hora esperando a viatura, sem ter como ir embora para casa. Luis disse que ninguém se propôs a ajudar e que permaneceu ao relento chorando com o namorado. A casa afirmou que neste meio tempo estava ocupada com o fechamento de estabelecimento, e com a situação do segurança, e que quando retornou para ver como os rapazes estavam eles já haviam ido embora.
 
A Lado A conversou com o VU que afirmou que o incidente foi um caso isolado e condenou totalmente a atitude do segurança terceirizado que estava trabalhando na casa pela primeira vez, ao qual chamou de despreparado. Segundo a gerência, o segurança foi afastado não apenas da balada como da empresa contratada. A casa se colocou à disposição para testemunhar a favor do cliente em caso de qualquer ação civil.
 
Os rapazes contaram com a solidariedade de uma cliente desconhecida que pagou um táxi para eles, pois os amigos não ajudaram. No caminho, eles encontraram uma viatura da Guarda Municipal que os levou até o 8° distrito policial onde foi registrado boletim de ocorrência.

“Depois de todo esse relato espero que a casa tome uma postura melhor em uma próxima vez, porque tenho certeza que não fomos a primeira vitima de tal ocorrência e nem seremos a última”, desabafou Luis.

 

 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa