Moonlight: “Sob a Luz do Luar” estréia no Brasil e pode ser a surpresa do Oscar 2017

Indicado a oito Oscar, inclusive o de Melhor Filme, Moonlight é apenas a segunda obra do diretor Berry Jenkins e surpreende pela poesia da solidão e do autoconhecimento numa história sobre um garoto negro que viveu em Miami na década de 1980 e enfrentou  confusão para descobrir sua sexualidade. O longa foi censurado para ser transmitido na Índia, onde cortaram cenas de sexo e de um beijo gay.

Chiron é um garoto que sofre bullying na escola, seu apelido é Little, por ser pequeno e mirrado. Ele se depara com uma noção de masculinidade que acha difícil se identificar. Entre os dramas que vive com sua mãe, que é enfermeira e viciada em crack, ele descobre uma paixão por seu amigo Kevin.

A história é simples, com uma narrativa linear de fácil identificação, conhecemos três fases da vida de Chiron: a infância, a adolescência e a sua vida adulta. Todas elas marcadas por uma profunda solidão proporcionada pelo processo de autoconhecimento. Aquela solidão causada pela ausencia de se saber quem se é de verdade. Chiron vê como exemplos Juan, traficante local, e sua mãe. Uma das cenas mais belas do filme é quando Juan leva Little para aprender a nadar. O conflito com a masculinidade coloca Little numa posição de distanciamento. Os meninos da sua idade começam a explorar suas sexualidades, em conjunto, inclusive, enquanto Little tem que se manter afastado, o que causa desejo e confusão no garoto.

Toda a trama se desenrola sob o luar da paixão de Chiron por seu amigo Kevin. Moonlight é um filme triste, mas de inestimável valor. A obra apresenta a realidade dos negros nos Estados Unidos, traz arquétipos, apresenta a luta pela descoberta por outros olhares. Moonliht se comunica de maneira diferente ao que o cinema comercial está acostumado e estréia no Brasil puxado pelas indicações ao Oscar esta semana. Já premiado por festivais em todo o mundo, merece levar algumas estatuetas no próximo domingo.

Confira o trailer:

 

 
 
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