Ética LGBT: o que todos os LGBTs poderiam fazer para termos uma comunidade melhor?

As pessoas que se identificam como gays e assumem sua orientação sexual diariamente em sua vida passam por problemas parecidos, como por exemplo ter os seus direitos violados ou ainda, nem possuirem os mesmos direitos que os heterossexuais já possuem. Uma comunidade que deveria ser unida na luta por esses direitos, acaba tendo muitas rupturas dentro de si mesma.
 
A Lado A já publicou este ano uma matéria sobre os preconceitos entre os próprios LGBTs que ajudam a comunidade a dividir-se em subgrupos. Alguns exemplos citados foram negros X brancos, gordos X magros/sarados, ricos X pobres, novinhos X “tiozãos”, discretos X afeminados. Além de todos sofrermos preconceitos por sermos gays, existem os grupos que sofrem ainda mais por não se encaixarem no padrão esperado.
 
Considerando esses fatores, vemos que não somos um grupo muito unido. Facilmente nos esquecemos que todos passamos por dores semelhantes e acabamos por inflingir mais dor no outro. Então o que podemos fazer para tornarmos nossa comunidade melhor?
 
O primeiro passo seria desconstruir esses nossos preconceitos. Sabermos respeitar o outro, na sua diferença, já nos tornará melhores. Não que esse processo seja fácil. As vezes temos preconceitos tão enraizados na nossa história de vida que nem percebemos que são preconceitos. A melhor forma de aceitar o diferente é conviver com ele. E conviver não precisa ser necessariamente estar lado a lado com o diferente! As redes sociais são uma ótima ferramenta para conhecermos aqueles que não são parecidos conosco, afinal as pessoas sempre estão expondo suas vivências e opiniões na rede. Isso possibilita que vejamos o mundo com os olhos deles e, treinando nossa empatia, entendemos pelo que eles estão passando.
 
Outro comportamento que poderia ser adotado para melhorar a comunidade no geral é o uso do preservativo. Usar camisinha previne não somente a transmissão do vírus HIV como qualquer outra infecção sexualmente transmissível (IST). Protejo você e o parceiro. 
 
Falando em parceiro, os gays têm o mau hábito de não respeitar o boy do coleguinha. Provavelmente um dos fatores que influencia a traição é que em nossa sociedade os homens são estimulados a serem “os pegadores” e é até visto como natural que o homem pule a cerca porque ele tem mais desejo sexual que a mulher. Se para o homem hétero já é assim, então imagine num relacionamento gay, em que são 2 homens. O perigo é dobrado! Por esses motivos, acabamos achando que todos estão sempre dispostos e disponíveis. Outras vezes também tivemos experiências em que fomos traídos e generalizamos isso, achando que todos querem trair e por isso damos em cima do boy alheio.

Julgar e criticar menos, ajudar e promover mais. Juntando o preconceito, o descaso com os outros pelo não uso do preservativo e a indiferença com os relacionamentos sérios por ir atrás de boys comprometidos, tornamos a nosso grupo ainda mais dividido. Cabe pensarmos o que mais temos feito no nosso dia a dia que afetam nossa comunidade e o que podemos fazer para mudar isso. Talvez mudar nosso comportamento não mude toda nossa comunidade, mas é o primeiro passo para que ela comece a mudar!

 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa