Segundo estudo, bissexuais são mais discriminados socialmente e propensos ao estresse

Um estudo publicado pela American University aponta que as pessoas bissexuais estão em maior situação de vulnerabilidade mental. Esse processo surge a partir da dupla discriminação sofrida por bissexuais, que podem vir da sociedade em geral e do próprio movimento LGBT. 
 
Segundo Ethan Mereish, professora e pesquisadora da American University e responsável pelo estudo realizado em 2016, bissexuais sofrem uma estigmatização social com influência negativa no sistema psicológico. “As pessoas bissexuais são muitas vezes invisíveis, rejeitadas, invalidadas [e] estigmatizadas na comunidade heterossexual, bem como nas tradicionais comunidades LGBTQ”, ressaltou a pesquisadora, que também se atentou para os preconceitos originados no meio da comunidade LGBT. 
 
O estudo foi realizado com 503 pessoas bissexuais, possuindo idades entre 18 a 65 anos. O entrevistados relataram transtornos psicológicos contínuos, pensamentos suicidas devido à pressão por parte da sociedade, da qual necessitam ocultar seus desejos. Os pesquisadores chamam de “heterosexismo internalizado” o processo relatado pelos entrevistados, no qual precisam atender à ordem heteronormativa da sociedade e manter sua sexualidade na escuridão. 
Outro estudo da Universidade de Vanderbilt, acrescentou dados à pesquisa de Ethan Mereish, no sentido da discriminação por parte dos LGBT’s.  Segundo esse trabalho, os bissexuais são até desconsiderados enquanto atores da luta pela diversidade, e interpretados  como unidades que atrapalham e desqualificam o movimento. O estudo apontou também que pessoas que passam por esses processos discriminatórios têm maiores propensões aos vícios como cigarro e bebida alcoólica. 
Complementado às análises, em 2014, a revista científica Journal of Public Health publicou estudo relatando que mulheres bissexuais sofrem mais psicologicamente do que mulheres lésbicas. Segundo este estudo, as bissexuais estão  64% mais propensas a desenvolver distúrbios alimentares;  possuem 37% maiores chances de praticarem mutilação, e ainda, levam a probabilidade de 26% para quadros de depressão. 
 
Nas redes sociais surgem cada vez mais grupos reivindicando mais respeito aos bissexuais. A prática de qualquer ato ofensivo ou preconceituoso em virtude de bissexualidade configura bifobia, que, vinda do movimento LGBT, vai contra a luta por igualde para todos indiferente da sexualidade ou identidade de gênero. 
 
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