A Fare (Football Against Racism in Europe), organização que luta pela igualdade dentro dos estádios de futebol, lançou uma cartilha orientando os LGBT a se comportarem na Rússia, território ainda altamente homofóbico. O material foi idealizado com o objetivo de evitar repressões violentas contra gays no país que, recentemente, aprovou uma lei que proíbe assuntos LGBT nas escolas.
Em entrevista recente ao jornal The Guardian publicada em 28 de novembro o diretor executivo da FARE, Piara Powar, explicou a iniciativa. “O guia vai orientar os gays para serem cautelosos em qualquer lugar que não é considerado bem receptivo à comunidade LGBT. A mesma mensagem está ali para torcedores negros e de outras minorias étnicas: vá para a Copa do Mundo, mas seja cauteloso”, declarou.
O guia orienta, em relação aos homossexuais, que na Rússia não é ilegal a homossexualidade, mas a repressão é forte. “Se os adeptos homossexuais passearem pela rua de mão dada deverão enfrentar os perigos que essa ação acarreta. Depende da cidade e da hora do dia.”, comentou Piara Powar.
Segundo o diretor, o manual discorre sobre os detalhes da lei russa sobre o tema, mesmo que não seja passível de punição ser homossexual no país. “Os gays na Rússia têm um lugar, que está escondido e debaixo da terra”, disse Powar que também informou que a FARE cogita a tentativa de implantar a bandeira do arco-íris nos estádios se assim a FIFA autorizar, mesmo que possa soar como um ato político, o que é proibido no mundial.
O código disciplinar da Fifa já tem mecanismos para punir ofensas dentro dos estádios que sejam referentes à cor, língua, religião ou origem, mas não diz nada sobre os LGBT. Piara Powar está tentando à frente da Fare, implantar no código da Fifa as punições de atos homofóbicos nos estádios, mas ainda não receberam nenhuma posição da instituição.