Historiador e ativista LGBT é agredido em Minas Gerais por estudante da mesma universidade

Fabrício Marçal Vilela, de 26 anos, historiador e ativista LGBT, foi agredido verbal e fisicamente por outro estudante da universidade onde estuda. O agressor seria um estudante do curso de física na Universidade Federal de Uberlândia, no  câmpus de Ituiutaba, em Minas Gerais. Marçal saía de uma sorveteria acompanhado da irmã, que também é homossexual, quando encontroou o agressor Gustavo Henrique Palazzo, no último sábado, dia 20 de janeiro.

O rapaz cuspiu no historiador, que jogou um copo de plástico com água no rosto do agressor. Gustavo então começou a agredí-lo verbalmente, com xingamentos como “viadinho” e “tem que apanhar para virar homem”. Marçal iria se retirar do local quando o criminoso o perseguiu e tentou atacá-lo pelas costas. A vítima se esquivou ao ser avisada por dois transeuntes que Gustavo se aproximava correndo atrás dele, mesmo assim, o agressor tentou arrancar um capacete que Marçal segurava, o que gerou alguns arranhões, e ainda o agarrou por trás para enforcá-lo. Antes de a vítima acionar a polícia, Gustavo Henrique fugiu do local após ser ameaçado por dois rapazes que estavam perto e prestaram socorro.

 
Fabrício registrou um boletim de ocorrência por agressão e conseguiu que constasse no documento a motivação homofóbica do crime. A vítima disse que o fato ocorreu em frente a um posto policial, mas a polícia se recusou a fazer o registro na hora do ocorrido, alegando que a vítima não possuía maiores informações como nome completo e endereço de Gustavo. Fabrício confere parte da responsabilidade das violências sofridas pelos LGBT à sociedade e às autoridades que legitimam atitudes e ideologias como as do agressor Gustavo Henrique. Os policiais disponibilizaram uma viatura para buscar o agressor na região mas não obtiveram sucesso. 
 
Embora a agressão tenha acontecido este ano, a vítima conta que já sofria ameaças virtuais desde 2015. Quando estava na graduação do curso de História do câmpus de Ituiutaba, Marçal participou e organizou a realização de debates e palestras sobre gênero e sexualidade, o que despertou a ira de Gustavo Henrique que, segundo a vítima, é adepto de ideologias preconceituosas e discriminatórias. O agressor é acusado de LGBTfobia e racismo, sendo que chegou a agredir um estudante negro dentro da biblioteca do câmpus e a perseguir mulheres, segundo o historiador.
 
Atualmente, Fabrício cursa mestrado em História Social na mesma universidade, porém mudou de câmpus e estuda na cidade de Uberlânia. A vítima estava de férias em Ituiutaba quando sofreu a agressão. Fabrício disse à revista Lado A que pretende reunir provas contra Gustavo junto com o outro estudante que sofreu agressão racista e entrar com uma ação na Justiça.
 
 
Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa