A atleta transexual Hannah Mouncey, de 28 anos, denunciou os inúmeros casos de transfobia que sofreu no futebol. A australiana contou no Dia Internacional Contra a LGBTfobia, em 17 de maio, que recebeu até mesmo ameaças de morte. Mouncey foi ofendida com mais de 500 e-mails transfóbicos com ameaçadas de morte que recebeu depois da transição.
No ano passado, Hannah Mouncey foi impedida de jogar no time feminino de futebol na Australian Football League Women’s (AFLW), após ser anunciada na fase inicial da liga. A justificativa da liga feminina baseou-se na “Victorian Equal Opportunity Act”, decreto esportivo que regulamenta a participação dos atletas. Segundo a determinação, Hannah não estaria em condição de igualdade com as outras jogadoras devido ao alto nível de testosterona.
No entanto, a atleta de 1,90m mostrou seus exames que acusavam níveis do hormônio masculino bem abaixo das mulheres da AFLW. Mesmo com os exames em acordo com a regulamentação do time, Hannah não foi aceita. A negativa lhe causou inúmeros prejuízos como o desemprego e falta de moradia, e a sensação de uma carreira precocemente interrompida.
A situação da atleta começou a mudar quando o time Darebins Falcons, fundado em 1990, a aceitou. Hannah disse se sentir bem-vinda na equipe e começou a ganhar visibilidade no futebol. Foi quando começaram a aparecer as ameaças de morte e os e-mails ofensivos.
A jogadora de futebol declarou que se sente privilegiada por ter conseguido alavancar sua carreira. Antes da transição, a atleta jogava handebol e já percebia os comentários preconceituosos. Hannah disse compreender que outras pessoas trans não têm a mesma oportunidade, e muitas acabam em severos quadros de depressão.
A atleta responsabilizou os autores dos e-mail transfóbicos como os principais elementos nocivos à população trans, considerando que muitos chegam ao suicídio. A atuação da mídia na sustentação de comentários negativos direcionados às atletas trans também foi criticada por Hannah.