Após um período de cinco anos em liberdade, o analista de sistemas Marcelo Valle Silveira Mello, 32, foi detido no dia 10 de maio pela operação Bravata, da Polícia Federal, acusado de disseminar discursos de ódio pela internet. Marcelo incentivava crimes contra a população LGBT, negros e mulheres, veiculando até mesmo um guia de sua autoria em que ensina táticas de estupro e violência contra mulheres estudantes da Universidade de São Paulo (USP). Ele foi detido em sua casa, em Curitiba.
Em 2012, Silveira foi preso por postar ofensas e incitar o ódio através do site “Silvio Koerich” que mantinha com seu cúmplice, Emerson Eduardo Rodrigues Setim, que também foi detido. No site, a dupla publicava ameaças de morte e estratégias para atacar mulheres, negros, homossexuais e nordestinos. Apesar da condenação de 6 anos e três meses atrás das grades, os comparsas conseguiram a liberdade em 2013.
As publicações do site “Silvio Koerich” também apoiavam massacres em que a maioria das vítimas eram do sexo feminino, como o crime em que Wellington Menezes de Oliveira matou doze crianças dentro de uma escola no Rio de Janeiro, em 2011. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que Marcelo influenciou a ação de Wellington em nome de uma seita misógina, denominada Homini Sanctus. Mais tarde, o analista também planejou através do site “Silvio Koerich”, um ataque ao curso de Ciências Sociais da Universidade de Brasília.
A primeira condenação de Marcelo aconteceu em 2009, quando foi processados pelos crimes de racismo que cometeu em um fórum da extinta rede social Orkut, ainda em 2005. O então estudante de Letras da Universidade de Brasília, postou ofensas racistas ao se posicionar contra a política de cotas da instituição. Alegando insanidade mental, o criminoso foi absolvido da condenação de 1 ano e dois meses de prisão.
Depois de ser colocado em liberdade, Marcelo Valle voltou com as publicações ofensivas. Umas de suas vítimas foi a blogueira feminista Lola Aronovich, que chegou a ser ameaçada de morte pelo criminoso. Somente após inúmeras denúncias e investigações, a Polícia Federal conseguiu emitir mais um mandado de prisão contra Marcelo.