O Ministério das Relações Exteriores, também chamado de Itamaraty, lançou em 7 de junho o Guia Consular do Torcedor Brasileiro. A iniciativa é uma forma de orientar os torcedores brasileiros que irão assistir os jogos da Copa do Mundo na Rússia. Em meio a diversas informações, a cartilha também aborda os cuidados que deverão ser tomados pela comunidade LGBT.
Apesar de mencionar sobre a proibição de qualquer discriminação durante os jogos, a cartilha alerta para os cuidados. Na teoria, não será permitida qualquer manifestação preconceituosa em virtude de raça, gênero ou orientação sexual. Atitudes ou representações que remetam ao nazismo também serão punidas. No entanto, não é recomendado que LGBTs expressem sua sexualidade com afetividade em público.
Qualquer manifestação entre LGBTs pode resultar em multa, detenção e exportação. As autoridades russas consideram que a homoafetividade em espaços públicos vai contra a lei de “propaganda homossexual”. A página 26 do Guia Consular do Torcedor Brasileiro alerta que “não são comuns na Rússia manifestações intensas de afeto em público.”. Manifestações político-ideológicas também não são recomendadas para evitar qualquer atrito.
Os jogos da Copa do Mundo começam em 14 de junho de 2018. Aproximadamente 60 mil brasileiros adquiriram ingressos para os jogos. A cartilha pensada para proteger os brasileiros em território russo orienta até mesmo o procedimento em caso de detenção. Devido ao número considerável de turistas do Brasil, o guia se fez necessário na opinião de Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores.
Consulte e baixe o Guia Consular do Torcedor Brasileiro.
Leis anti-LGBT
A Rússia é conhecida pelo seu conservadorismo, principalmente em questões que dizem respeito à comunidade LGBT. Em 2013, o parlamento russo aprovou uma lei que proíbe qualquer manifestação midiática de temática LGBT. Segundo o governo, não é permitido a “propaganda homossexual”, principalmente para menores de idade. A opressão e perseguição contra LGBTs impera no país, apesar de a homossexualidade não ser mais considerada crime desde 1993.