Após semanas angariando fundos para o evento, a XVI Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo aconteceu em 2 de junho, sábado. O ato antecedeu a 22ª parada LGBTI de São Paulo, que foi realizada no domingo e reuniu mais de 3 milhões de pessoas.
A caminhada levou representatividade às mulheres lésbicas e bissexuais e homenageou a vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. Mônica Benício, viúva de Marielle, também esteve presente. Apesar de o evento ser pacífico, algumas situações causaram desconforto e tumulto. A ativista trans Luiza Coppietters fez uma fala em que afirma a resistência de mulheres lésbicas e transexuais. Seu discursou gerou inúmeros ataques nas redes sociais.
Segundo algumas participantes da marcha, a participação de Luíza invisibiliza a real causa do evento. Algumas pessoas acusaram a ativista de fetichizar mulheres lésbicas. Um quadrinho de autoria de Luíza foi usado para embasar as críticas. A arte foi descontextualizada e apenas um trecho em que Luíza antes da transição se declara “lésbico” foi muito atacado. O quadrinho intitulado “Minha professora é trans. E daí?” conta a história da ativista desde antes da transição até seus momentos atuais enquanto mulher transexual lésbica.
Desde 2016 existem conflitos com relação à participação de Luiza Coppieters na Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo. Uma nota de repúdio publicada naquele ano contra a participação da professora trans a acusa de assédio. Uma outra acusação afirma ainda que Luíza incentiva o estupro corretivo contra lésbicas, o que também foi argumentado contra sua fala na caminhada em 2018.
Confira a fala de Luíza Coppietters que causou polêmica:
Quadrinho “Minha professora é trans. E daí?”, sobre o processo de transição de Luiza Coppieters.
Truculência
O evento reuniu milhares de mulheres na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. Algumas pessoas incomodadas com a ocupação daquele espaço público por mulheres fizeram denúncias à polícia. Segundo informações do Esquerda Diário, um carro tentou atropelar uma das ativistas que estavam no evento. A polícia revidou a reivindicação das participantes com gás de pimenta e violência. Apesar do transtorno, a programação continuou e se encerrou com shows após as 18 horas.