Países da América Latina ainda são altamente homofóbicos, aponta ILGA

O Brasil, maior país da America Latina, apresenta altos índices de LGBTfobia. Em 2017 foram registradas 445 mortes de LGBTs, segundo dados do Grupo Gay da Bahia. A onda conservadora que cresce no Brasil no sentido político atrapalha o avanço nas questões LGBTI. O parlamento do país é dominado por membros ligados à instituições religiosas, característica que influencia nas decisões contra a população LGBTI.

Países como Argentina, considerados avançados nos direitos humanos, possuem também algumas falhas quando o assunto é sexualidade fora dos padrões. Embora o país, assim como Uruguai e Colômbia, seja teoricamente favorável à população LGBT, alguns aspectos ainda deixam a desejar. Tal como no Brasil, o discurso é inclusivo, mas na prática não existem leis específicas que garantam direitos ou proteção.

Em meio ao discurso fundamentalista, espalha-se a desinformação. Existe um esforço em distorcer as reivindicações LGBTs, tratando-as com algo desnecessário. As exigências, geralmente, são sobre respeito, conscientização e segurança, para que não sejam computados números tão altos de violência. No entanto, o conservadorismo presta um grande desserviço e argumenta que essa comunidade busca privilégios, a destruição da família e até mesmo associam homossexualidade com pedofilia.

A International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association (ILGA), é uma associação que mapeia destinos de viagem viáveis aos LGBTs. A organização faz levantamentos periódicos sobre o contexto social, político e jurídico de países da América Latina sobre a população LGBT. As análises da ILGTA são unânimes em apontar as causas da LGBTfobia como derivadas no moralismo e a forte religiosidade da América Latina. Entre essas observações, o Brasil fica em uma posição dividida com um discurso inclusivo, mas que na prática não tem coragem de avançar na busca por direitos para os LGBTs. As questões políticas permitem que essas sejam cada vez mais postergadas, enquanto acontece o aumento dos índices de discriminação e violência.

“Temos em torno de 150 parlamentares que são aliados da nossa comunidade e outros 40 que são extremamente contra. Mas uma maioria de 300 parlamentares que não se pronuncia sobre os nossos temas.”, disse Toni Reis para o site Calle2. Reis faz parte do Grupo Dignidade, uma das maiores organizações de apoio à comunide LGBT do Brasil.

 

Países LGBTfóbicos

Países com Uruguai, Argentina, Guiana Francesa, Equador, Colômbia, Chile, Brasil e Argentina permitem a união ou reconhecem casais do mesmo sexo. No entanto, não existem leis que punem a homofobia.

Contrários aos direitos humanos, alguns países possuem legislação que punem a homossexualidade. Na Guiana é permitido que pessoas sejam detidas em função de sua homossexualidade. O acusado pode enfrentar penas de 1 a 3 anos de prisão.

Na Bolívia, apesar de a homossexualidade não ser crime, o país não reconhece a união entre casais homoafetivos. A legislação do país proíbe expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O Paraguai também não pune legalmente homossexuais. O país não reconhece a união entre casais do mesmo sexo, e tal como a Bolívia, deixa proibido por lei. O país também não protege os LGBTs de qualquer tipo de discriminação e não aceita a adoção por casais homossexuais. Seguindo a mesma linha de não reconhecimento de casais homoafetivos está o Peru, Suriname e a Venezuela.

 

 

 

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa