XXII Parada LGBTI de São Paulo agita e lota Avenida Paulista

A 22ª Parada LGBTI de São Paulo começou sua concentração em frente ao vão do Masp (Museu de arte de São Paulo), por volta do meio dia do último domingo, dia 3 de junho. O evento percorreu a Avenida Paulista arrastando uma multidão de 3 milhões de pessoas, segundo informações da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP).

O tema do evento, “Eleições” foi inspirado na situação política do país. A Parada LGBTI de São Paulo deste ano levou o Slogan “Poder pra LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. A reivindicação é sobre mais participação LGBTI na política, para que sejam formuladas alternativas de proteção à comunidade LGBT. Segundo estatísticas levantadas pelo Grupo Gay da Bahia, o Brasil é o país que mais mata LGBTs, sendo urgentes medidas de conscientização para cessar a violência.

Do alto de vários trios  elétricos, a Parada LGBTI de São Paulo deste ano contou com inúmeras atrações. A cantora Pabllo Vittar esteve presente trazendo em sua roupa os dizeres “parem de nos matar”, em protesto contra a violência que mata os LGBTs.

A cantora Anitta também agitou a multidão e fez um discurso pelo direito de amar. A atriz e apresentadora Fernanda Lima disse que na próxima edição comparecerá com o marido, Rodrigo Hilbert, como drag queen. Fernanda também discursou contra a violência e a favor das diversas formas de ser e amar. O evento ainda contou com artistas como Lia Clark, Preta Gil e Mulher Pepita. A drag queen April Carrion, participante do reality de sucesso “RuPaul’s Drag Race”, foi a atração internacional do evento.

Uma das falas mais emocionantes foi protagonizada pela arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL-RJ), morta a tiros no dia 14 de março de 2018, um crime cujas investigações ainda não foram concluídas. “Isso aqui é um ato de resistência. O Brasil é um dos países que mais mata a sua população LGBT.”, disse Mônica. “E a gente não pode assumir isso, deixar que isso continue desta maneira”, completou.

Trans

Neste ano, a população trans teve muito espaço de fala para reivindicar direitos. A retificação dos documentos sem a necessidade de redesignação sexual foi uma grande vitória conquistada esse ano. Mas a luta continua na busca por respeito, inclusão e fim da violência.

O estudante de Direito Cezar Sant’Anna falou sobre a importância do evento para a população trans. Para Cezar, a Parada LGBTI de São Paulo promove a “representação, visibilidade, abordagem dos temas que ficam marginalizados e abafados pelas estatísticas sociais”, disse para a Lado A. “A população trans teve maior peso esse ano, por conta da notoriedade proporcionada pela abordagem em novelas e na mídia. Outro motivo é que esses assuntos estão cada vez mais inseridos no nosso cotidiano. No entanto, infelizmente as mortes de pessoas trans continuam e muito violentas”, completou.

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa