Fetiches que ainda são tabus que você talvez não saiba que existem

Fetiches são fantasias sexuais que envolvem práticas que geralmente diferem do sexo comum. Existem vários tipos de fetiches como pessoas que se interessam por pés (podofilia), fazer sexo em lugares públicos, ser assistido (exibicionismo), entre infinitas coisas que a imaginação permitir. Dentre esses fetiches, e um dos mais polêmicos, está a Coprofilia, chamado em inglês de Scat. A prática consiste no sexo com excrementos como urina e fezes.

A prática não é muito popular e alguns adeptos relatam ser muito difícil encontrar conteúdos sobre o assunto. Grande parte dos adeptos mantém seu fetiche em segredo, porque as pessoas estranham o gosto pela prática. Assim, encontrar parceiros que tenham o mesmo fetiche ou aceite realizar essas fantasias é bastante difícil.

Gustavo, de 24 anos, é autor de um blog sobre o Scat. Seu interesse pelo fetiche foi despertado quando ele tinha 15 anos e viu um vídeo que viralizou na internet sobre o assunto. Intitulado “Two girls and one cup”, o vídeo mostrava uma mulher defecando em um copo e beijando a parceira. O autor do blog disse que, num primeiro momento, não foi muito simpático com a prática, mas percebeu que aquilo lhe despertou interesse.

Anos depois dessa primeira experiência, Gustavo foi pesquisar um pouco mais sobre o Scat. Durante suas pesquisas, descobriu alguns termos que são usados para descrever algumas modalidades do fetiche. Scat consiste em sentir prazer e até mesmo ingerir excrementos. Conhecido como “chuva marrom”, é quando as fezes são usadas para tal fim. Já  a inserção de urina nas práticas sexuais é chamado de urofilia, ou “chuva de prata”. Existe ainda a eproctofilia que é o prazer em escutar e cheirar gases, além da sarilofilia, o fetiche por saliva ou suor. Um outro tipo de fetiche é o Spit, ou “chuva prateada”, que consiste no sexo com cuspes, geralmente no rosto. Os adeptos dessas práticas são comumente chamados de “scaters”, embora o termo Scat se refira às fezes.

Ciência

Socialmente, os excrementos são considerados como dejetos que precisam ser isolados. O uso do banheiro, por exemplo, é um ato de intimidade que deve ser feito longe dos olhos, em um lugar separado. Para a Medicina, os excrementos devem ser manipulados com cuidado, pois são vistos como uma possível fonte de doenças.

No entanto, os órgão sexuais também expelem secreções como sêmen ou lubrificação vaginal e, portanto, são fluidos corporais. Fazer uso de excrementos como urina e fezes durante o sexo, do ponto de vista social é algo reprovável. Contudo, a psicologia e a ciência têm estão alcançando compreensões menos rígidas, no âmbito da sexualidade.

Se antes a coprofilia já foi muito comparada à desvios sexuais, hoje em dia, a concepção não é mais a mesma. Cientistas entendem  que existe um processo histórico de compreensão social sobre o que é mais aceitável nos dias atuais e já foi muito desprezado antigamente. A própria prática de sexo oral, tão comum e muitas vezes considerada indispensável atualmente, já foi considerada uma forma de submissão e exposição à excrementos.

Qualquer troca de fluidos pode resultar em consequências à saúde, não seria diferente no contato com fezes e urina. Assim como em qualquer atividade sexual, é necessário tomar os cuidados necessários para diminuir a exposição às doenças. Por isso não esqueça de usar o preservativo e ter contato, de preferência, com fluídos de pessoas saudáveis.

 

Confira outros fetiches diferentes:

Emetofilia: Prazer pelo vômito durante o sexo.

Agalmatofilia: Prazer por bonecas ou bonecos, estátua, manequins e afins.

Dacrifilia: Sentir atração pelo choro ou lágrima.

Insuflação: Tesão por assopros durante o sexo.

Furry Fandom: Fazer sexo com pessoas vestidas de animais peludos.

Acrotomofilia: Atração por pessoas com membros amputados.

Teratofilia: Atração por pessoas deformadas.

Hematofilia: Envolvimento de sangue durante o sexo.

Clismafilia: Fetiche que envolve enema ou chuca (limpeza do reto).

 

 

 

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa