Google e Transempregos ministram curso sobre uso de internet na busca de emprego para trans

Entre os dias 30 e 31 de julho, em São Paulo, ocorreu mais uma edição do evento Womenwill. Promovido pela Google, o encontro reuniu a primeira turma de mulheres transexuais e travestis, em co-parceria com a Transempregos. Além disso, portadoras de deficiência também participaram do encontro que ministrou cursos de uso da internet. O objetivo é proporcionar alternativas de trabalho e renda através da internet, ensinar a montar currículo e procurar emprego.

Com foco na inclusão de mulheres trans, o curso durou 16 horas. Organizações como a Transempregos, que reúne pessoas trans às oportunidades de trabalho, participaram do evento. A Rede Mulher Empreendedora, com sede em São Paulo, também é parceira e contribuiu para o curso que foi gratuito.

Para Maitê Schneider, representante do Transempregos, o acesso ao trabalho e educação para pessoas trans no Brasil é muito difícil. Sua contribuição ajudou na linguagem específica ao se referir a esse público. Empecilhos como respeito ao nome social e uso do banheiro são alguns dos problemas que afastam as pessoas trans do trabalho, além do preconceito.

Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mais de 90% da população trans no Brasil enfrenta a prostituição. Nesse contexto nocivo, ocorre ainda mais risco de vida. Esse é um cenário que poderia ser evitado se tivessem oportunidades em outras formas de trabalho. Assim, iniciativas como a Womenwill ajudaram essas pessoas com dicas sobre como usar as ferramentas de internet para divulgar e conseguir trabalho.

Womenwill

Com alcance mundial, a Womenwil começou suas atividades na Ásia. Em São Paulo, serão ofertados cursos mensais com a mesma cargar horária do último evento. Ao longo do semestre, a Google pretende acolher outros grupos de mulheres como as negras e as idosas para que consigam melhores colocações no mercado.

Uma grande preocupação do evento é sobre a situação psicológica dessas mulheres. Muitas delas enfrentaram desafios causados por preconceitos sociais e precisam de apoio. Dessa forma, a Womenwill procura promover a representatividade, como no caso da parceria com Maitê Schneider e Transempregos, uma mulher trans para conversar com outras trans e travestis.

 

 

Redação Lado A :A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa