Jamel Myles, de 9 anos, tirou a própria vida apás sofrer bullying homofóbico na escola. Na quinta-feira, 23 de agosto, o menino se suicidou após ouvir inúmeras ofensas de seus colegas de escola. Segundo a mãe dele, Leia Pierce, o menino estava passando por momentos de opressão na escola em que estudava, em Denver, nos EUA.
Durante as férias de verão, Myles já havia contado à sua mãe que era homossexual. Depois disso, ao voltar para a escola, o menino revelou sua sexualidade aos colegas de classe. Ao perceber a atitude de acolhimento da mãe quando contou quer era gay, Myles estava ansioso e orgulhoso para contar a novidade aos outros. O menino parecia assustado inicialmente, mas a mãe disse que o amaria de qualquer forma. Por isso, Myles se animou em contar aos colegas.
Na segunda-feira, dia 20 de agosto, o menino frequentou o seu primeiro dia de aula após o término das férias. Quatro dias depois ele foi encontrado morto, enforcado dentro de casa. Antes de morrer, Myles havia comentado com sua irmã mais velha que os colegas da escola estavam fazendo bullying com ele. Segundo Leia Pierce, o filho foi incentivado pelos colegas da escola a cometer suicídio.
A mãe e a família do menino estão desolados. A mulher ainda se sente responsável pela morte do filho por não ter percebido que ele sofria bullying. Segundo a mãe, Myles era um bom filho e aluno, que por onde passava trazia alegria às pessoas. A trágica morte do menino causou comoção na cidade de Denver, onde as autoridades estão trabalhando em estratégias para que casos como esse não aconteçam novamente.
Recentemente Leia deixou uma mensagem para que os pais protejam seus filhos. Nas redes sociais, onde publicou mensagens de ódio que recebeu sobre a morte do filho, a mulher se manifestou. “Ensinem seus filhos a amar”, disse ela. Um internauta com perfil intitulado de George teria enviado inúmeras mensagens acusando a mãe sobre a morte do filho. “Tudo o que você tinha que fazer para mantê-lo vivo era impedir que ele dissesse a todos, mas você não sabe em que mundo você vive”, dizia uma das mensagens de ódio.
Prevenção
A Escola Primária Joe Shomaker disse à Leia Pierce que irá trabalhar alternativas de prevenção de suicídio. Por outro lado, Pierce acredita que nenhuma iniciativa surtirá efeito se antes o bullying não for combatido. Para a mãe, a escola tinha conhecimento de que o filho sofria bullying e constantes ameaças.
O comunicado da escola se deu após a Denver Public Schools (SPS), instituição responsável pelas escolas do estado, ter entrado em contato com a escola de Jamel Myles. A DPS ainda informou para a BBC que irá garantir que suas escolas acolham alunos LGBT. Segundo a instituição, serão implantadas políticas para combater o bullying e o preconceito.
Veja as ameaças que a mãe de Myles recebeu no Facebook