O Paraná agora conta com uma candidatura trans para o cargo de deputada estadual. A advogada curitibana Gisele Schmidt irá se candidatar pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Além disso, a sigla ainda vai lançar uma outra candidata transexual para deputada federal, que será a estudante Renata Borges Branco.
Na noite de segunda-feira, 30 de julho, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou um encontro para para escolher os candidatos que concorrerão às eleições neste ano, no dia 7 de outubro. Nesta noite, formou-se a primeira dobradinha trans do Paraná e do Brasil a disputar as eleições com muita representatividade.
Renata Borges Branco é estudante de Engenharia Têxtil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no campus de Apucarana, onde foi uma das fundadoras do DCE. A estudante também faz parte da Aliança Nacional LGBTI e do coletivo LGBTI de Apucarana. Já Gisele Schmidt é advogada que atua em Curitiba, consultora do Grupo Dignidade, e no ano passado defendeu em sessão do Supremo Tribunal Federal o direito a alteração dos documentos para pessoas trans sem a necessidade de cirurgia em vitória inédita e histórica do movimento trans. Gisele também palestrou recentemente em Harvard, nos EUA, no evento Brazil Conference.
Para o fundador da revista Lado A e presidente do LGBT Socialista do Paraná, Allan Johan, as candidaturas apresentam duas opções de representatividade de pessoas muito bem qualificadas. Neste final de semana, a comitiva paranaense participa de um evento do partido em Aracaju, Sergipe, para alinhar as candidaturas. “Estamos muito felizes com os dois nomes que conseguimos emplacar no partido, fazendo história mais uma vez no Paraná”, afirmou o jornalista.
Propostas
As candidatas fazem parte da cota do partido destinada às candidaturas femininas. Uma das propostas de Renata é a luta para que mulheres trans integrem mais os espaços da sociedade, como as universidades e o trabalho. A estudante afirma que, devido à falta de espaço e oportunidades, muitas mulheres trans acabam recorrendo à prostituição. A própria Renata relatou que sofreu muito preconceito durante sua trajetória, até conseguir ingressar na universidade e fazer valer seu nome social. Gisele defende o respeito à dignidade das pessoas trans e atua diretamente na causa na esfera jurídica.
As candidaturas de Gisele e Renata não são as únicas a conferir representatividade transexual à política do partido. O PSB lançou, também com candidata ao cargo de deputada federal, a assistente social trans Paula Benett, em Brasília, além de outros candidatos LGBTi por todo o país.