Candidato é acusado de LGBTfobia pelo próprio partido

O candidato a deputado estadual de São Paulo, Paulo Mathias (PSDB), está acusando o Governo do Estado de destinar verba pública para projetos LGBT. Segundo Mathias, o atual governador Márcio França teria destinado o valor de R$ 480 mil reais para “peças teatrais com conteúdo sexual LGBT para crianças de 4 anos”.

Paulo Mathias é aliado do ex-prefeito de São Paulo, João Dória, e do ex-governador do estado, Geraldo Alckmin. Este último renunciou ao seu cargo para concorrer às eleições presidenciais e seu vice, Márcio França, assumiu o mandato. Então Mathias postou em suas redes sociais que o atual governador, que é de outro partido, teria investido em projetos LGBT.

Em nota, a PROAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo desmentiu a postagem. Segundo a instituição, o valor aprovado para o projeto é de R$ 40 mil reais. A PROAC esclareceu ainda que as atividades serão de contação de histórias infantis para ensinar o respeito às diferenças. Além disso, todo o projeto terá acompanhamento de educadores, pais e responsáveis pelas crianças. Outra informação é de que as obras utilizadas no projeto são todas direcionadas para o público infantil.

O projeto

Criado quando o mandato do ex-governador José Serra estava em vigor, o edital PROAC LGBT foi aprovado por uma comissão. Esse grupo era composto por especialistas em educação, publicidade, direito e literatura. Assim, o projeto atendeu a todos os trâmites legais e passou por profissionais qualificados antes de ser aprovado.

Tal projeto ainda foi aprovado quando da vigência do governo do PSDB, que domina o Estado de São Paulo desde os anos de 1990. Atualmente, o governo tem investido em políticas públicas para combater a LGBTfobia e garantir a cidadania da população LGBT. Uma das formas de educar para a diversidade é pela cultura, o que gerou a aprovação desse projeto.

Em contrapartida à publicação do candidato Paulo Mathias, o secretariado LGBT do PSDB está pedindo que ele se retrate perante os eleitores. Segundo a organização, a divulgação de mentiras não é aceitável dentro das diretrizes do partido. O movimento LGBT do partido disse ainda que tais mentiras ajudam a aumentar a LGBTfobia internalizada na sociedade.

 

 

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