Incansável opositor dos direitos de qualquer minoria, principalmente da comunidade LGBT, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) representa uma grande ameaça à esses grupos. Em sua carreira política cheia de polêmicas, o candidato já fez inúmeras declarações contra mulheres, negros e LGBT. Uma das mais graves ameaças que voltam à tona é sobre os cuidados com os casos de HIV.
No Brasil, os primeiros casos de HIV foram identificados nos anos de 1980. Nessa década houve uma grande epidemia da doença. Desde então, os avanços científicos têm contribuído para a qualidade de vida dos portadores do vírus. Da mesma forma, surgiram inúmeros programas de prevenção e orientação para o combate ao vírus, também por iniciativa de políticas públicas. Por outro lado, as pessoas com HIV ainda enfrentam bastante estigmatização e preconceito, quadro que se agrava com declarações como as de Jair Bolsonaro.
Em 2010, o candidato falou ao programa Custe o que Custar (CQC) sobre os casos de HIV, após declaração do Vaticano sobre o uso do preservativo. Questionado sobre o uso de camisinha para evitar doenças, o presidenciável respondeu de forma totalmente ignorante. Ele disse que a camisinha deve ser usada por quem quiser usar, “se pegar doença é problema dele”. Para Bolsonaro, não é problema do Estado a formulação de políticas públicas para prevenção e tratamento de HIV. Segundo o candidato, as pessoas contraem doenças por viverem na “vida mundana e depois querem usar do dinheiro público”.
Após sofrer um atentado em que foi ferido com faca, o candidato foi atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ele ainda não mencionou sobre destinar recursos à saúde caso seja eleito. Pelo contrário, ele considera que com os atuais recursos é possível manter o sistema. Com relação ao tratamento de HIV, ele já disse que não concorda que seja pago pelo governo, “não com o meu dinheiro”, sugerindo que o SUS não ofereça mais.
Em 2015, quando se desfiliou do Partido Progressista (PP), Jair Bolsonaro declarou que não gostaria de receber sangue de um homossexual. O candidato disse ainda que, segundo dados do Ministério da Saúde, o sangue de um homossexual tem 17% mais chances de transmitir o HIV. Por outro lado, a portaria nº 1.353/2011 do Ministério da Saúde estabelece que “a orientação sexual não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue, por não constituir risco em si própria”. No entanto, a órgão não permite que homens que fizeram sexo com outros homens doem sangue por um determinado período.
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