O estudos sobre pornografia apontam sobre suas influências no corpo e na mente humana. O consumo desses conteúdos de forma desenfreada pode causar alguns danos à mente e interferir no desempenho sexual. Outra situação é a de como a pornografia retrata o sexo no sentido de demonstrar algo fora da realidade, o que atrapalha no sexo real.
Algumas vertentes feministas apontam o consumo da pornografia como uma gatilho para a exploração de mulheres. A própria indústria pornográfica lucra enormes valores com a produção desses filmes. Porém, pouco se questiona sobre a saúde de quem faz e consome. Porém, é preciso também analisar o uso desses conteúdos na formação de vínculo sexual e afetivo entre os jovens.
Segundo um estudo realizado pelo cientista americano Kevin Majeres, a pornografia é um vício prejudicial. Como qualquer outro círculo vicioso, o consumo desses conteúdos, no começo, pode parecer inocente. No entanto, a medida que o indivíduo consome cada vez mais, muitas vezes sem perceber, a pornografia interfere diretamente em problemas com a própria sexualidade.
Ao ser exposto à pornografia, os níveis de dopamina no corpo aumentam. Depois da masturbação baseada em sexo fora da realidade do indivíduo, ocorre a nova procura pela dopamina. E assim o corpo vicia em estímulos sexuais causados apenas pela pornografia. Ao entrar em contato com atividades sexuais fora das telas, aparece a dificuldade em desenvolver o sexo. Sem o estímulo da pornografia, como se o corpo não respondesse somente à realidade.
O início da atração sexual vem das sensações proporcionadas pelo córtex inferior do cérebro. Com o tempo, quanto maior a aproximação afetiva e sexual, as sensações vêm do córtex superior associadas ao compromisso e cuidado. Assim, para o psiquiatra Kevin Majeres, a atração sexual também pode estar vinculado com a atração romântica. Por outro lado, caso o indivíduo não esteja exposto a esses estímulos, ele procura as emoções sexuais em outras fontes, como a pornografia, num processo chamado de efeito Coolidge.
Ainda de acordo com a ciência, os malefícios da pornografia são afirmados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Segundo essa classificação, a pornografia é interpretada como uma compulsão, um vício que pode afetar as relações sociais. Assim, a superficialidade do consumo de pornografia e o sexo consequente disso pode afetar outras áreas da vida.
Superar o vício
Por fim, ainda segundo Majeres, existe a possibilidade de se desvincular do vício da pornografia. O psiquiatra orienta que as pessoas que querem parar com a pornografia têm esse potencial. No entanto, é preciso que reconheçam os danos que ela causa. Uma das principais dicas é que não se pode temer o vício, e sim entender o processo de recuperação como uma forma de crescimento pessoal.
Em 2016 a fotógrafa Laura Dodsworth realizou um trabalho em que fotografou o pênis de cem homens para compor um projeto. O objetivo era montar o livro “Manhood: The Bare Reality” (Masculinidade, a Realidade Nua e Crua), para unir as fotos com as histórias sobre a masculinidade e sexualidade de cada um.
Um dos modelos de Dodsworth foi um jovem de 20 anos que deixou a pornografia. Depois de sofrer os malefícios de seu consumo, o rapaz precisou se desvincular desse estímulo. A masturbação frequente incentivado por conteúdos pornográficos resultou na dificuldade em desenvolver uma vida sexual saudável. Além disso, o hábito de se masturbar com forte pressão da mão torna o sexo real como algo que não proporciona a mesma sensação. Isso contribui para que a pessoa vá procurar essa mesma sensação novamente na pornografia.
O rapaz conseguiu se desvincular da pornografia e levar uma vida sexual mais saudável. Uma análise do jovem de 20 anos é sobre a idade com que as pessoas começam a consumir pornografia. Hoje, com a tecnologia e o mundo digital, os jovens começam cada vez mais cedo e se prejudicam no desenvolvimento sexual. Por outro lado, homens que só começaram a consumir mais tarde se prejudicam menos, porque já sabem como é o sexo real.