Uma travesti foi morta no Centro de São Paulo por seguidores do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 16 de outubro. Esse crime faz parte de vários outros que se desencadearam no Brasil após o início das eleições. Contrário à comunidade LGBT, o discurso do candidato tem incentivado muitas agressões e mortes nos últimos dias.
A travesti estava em um bar no Largo do Arouche, localizado na República, no centro da cidade. Testemunhas disseram que ela estava companhada de aproximadamente quatro homens na frente do estabelecimento. Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 4h50 da madrugada, horário em que testemunhas também ouviram gritos.
Vizinhos disseram que primeiro começou uma discussão com gritos. Depois, aos gritos de “Bolsonaro”, os homens esfaquearam a vítima e fugiram. O socorro foi chamado e a travesti foi encaminhada ao hospital Santa Casa, mas não resistiu e morreu ainda na ambulância. A vítima que ainda não foi identificada, teria caminhado alguns metros para pedir ajuda antes de morrer.
Ataques
A agência de jornalismo investigativo Pública fez um levantamento sobre os ataques no Brasil. Desde o dia 30 de setembro, período que antecedeu o primeiro turno das eleições, foram contabilizados mais de setenta ataques. A maioria das agressões foram diretamente iniciadas por apoiadores de Jair Bolsonaro.
Somam 50 as agressões realizadas por apoiadores do candidato. A Pública contabilizou também 6 agressões contra os eleitores do presidenciável. Além desses dados, somam 15 as agressões de motivações indefinidas. Ainda de acordo com a levantamento da Pública, foram 14 agressões no Sul, 33 no Sudeste, 18 no Nordeste, 3 na região Centro-Oeste e mais 3 no Norte.
Questionado sobre a onda de ataques, Jair Bolsonaro apenas lamentou. O presidenciável disse que “não tem controle sobre milhões e milhões de pessoas que me apoiam”. “Está um clima acirrado, pela disputa, mas são casos isolados que a gente lamenta e espera que não ocorram”, disse em entrevista para o UOL.