A ativista LGBT+ Yelena Grigorieva foi encontrada morta próximo da casa em que morava em São Petersburgo, na Rússia. Grigorieva era um dos nomes na lista de um site que incentiva a morte de vários ativistas da Rússia. A mulher foi morta neste domingo, 21 de julho, vítima de facadas.
Em Moscou, defensores da comunidade LGBT se uniram para pedir justiça pela morte de Yelena. Pelo menos sete pessoas estão pressionando as autoridades para descobrirem o culpado pelo crime. De acordo com o grupo, a polícia russa não se dispõe adequadamente a averiguar crimes de motivação homofóbica. Além disso, o grupo alegou que durante meses a polícia não investigou as ameaças do site homofóbico, já denunciado anteriormente por ativistas, inclusive por Yelena.
Na Rússia, a homofobia é muito visível. O governo russo e a cultura do local incentivam a discriminação de pessoas LGBT+. No país, o governo promove campanhas de propagandas que retratam os homossexuais de forma vexatória. A homossexualidade na Rússia foi descriminalizada em 1993. Por outro lado, a norma chamada “lei de propaganda gay” foi aprovada em 2013. Desde então, é proibida a veiculação de conteúdos LGBT+ para menores de idade.
Caso Yelena Grigorieva
A ativista Yelena Grigorieva, muito conhecida em movimentos sociais LGBT+ da Rússia, foi encontrada morta em São Petersburgo. O corpo apresentava perfurações por arma branca e estava localizado a poucos metros da residência da ativista.
A polícia confirmou que a ativista já havia denunciado ameaças contra a sua vida. No entanto, as autoridades afirmaram que deram sequência às investigações, e que as ameaças não configuravam perigo à vida de Yelena. Após a constatação da morte, a polícia já tem um suspeito, um homem de 40 anos natural da região de Bashkiria, que ainda não foi capturado.
Apesar das declarações das autoridades alegando que não se omitiram às ameaças contra Yelena, ativistas contestam. De acordo com Dinar Idrisov, que também luta pelos direitos LGBT+, a polícia não deu a devida atenção às denúncias de Yelena. Além de defender os direitos de LGBTs, a ativista também criticava a perseguição e a falta de democracia do governo russo.